Rio usa avanço em transporte como símbolo contra as críticas aos Jogos
Inaugurado por Eduardo Paes com três meses de atraso, corredor Transolímpica reduz tempo de viagem entre Parque Olímpico e Deodoro, mas terá limitações na Rio-2016<br>
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Uma das áreas mais delicadas do Rio de Janeiro na época da escolha como sede dos próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a mobilidade urbana se tornou estratégica para o prefeito Eduardo Paes combater as críticas ao megaevento.
Neste sábado, ele inaugurou, com três meses de atraso, a via expressa Transolímpica, por onde irá operar o serviço de BRT que fará a conexão entre o Parque Olímpico da Barra da Tijuca o Complexo Esportivo de Deodoro, os dois principais polos dos Jogos. Foram construídas 18 estações e três terminais.
O projeto deveria ter sido concluído em abril, de acordo com o Tribunal de Contas do Município (TCM), mas uma série de mudanças no traçado da obra, para evitar ainda mais desapropriações, contribuiu para a demora.
Embora o BRT seja limitado durante a Olimpíada (só espectadores e a força de trabalho terão acesso, entre os dias 18 de julho e 22 de agosto), a via considerada um dos principais legados da Rio-2016 para a cidade. O tempo de viagem entre Recreio e Deodoro será reduzido em 60%. Ela já está disponível à chamada família olímpica.
Em uma época de fragilidades na segurança pública do estado e de críticas da imprensa internacional aos problemas do Rio, Paes utilizou o projeto para desabafar mais uma vez. A via deve beneficiar 70 mil passageiros por dia no BRT, além de comportar até 55 mil veículos diariamente.
– Faço um apelo a vocês. Vamos defender o Rio. Não estou dizendo que está tudo certo. Ninguém aqui é otário. Sabemos das dificuldades. Mas é uma cidade muito melhor do que a que pegamos em 2009. Deixem em casa o complexo de vira-latas. Vamos parar de maltratar o Rio – declarou o prefeito, que minimizou a limitação do serviço no momento.
– Fazemos deste jeito para testar. Estamos acostumados a operar BRT. Está tudo certo e não teremos dificuldades – afirmou Paes.
O BRT da Transolímpica é o terceiro corredor exclusivo para ônibus rápidos do Rio e o segundo a atravessar a cidade transversalmente. Ele se soma aos BRT Transoeste e Transcarioca. O Terminal Olímpico tem acessos para levar as pessoas tanto ao Parque Olímpico, de um lado, quanto ao Riocentro, do outro.
– Essa é uma das mais importante obras dentre tantas que foram feitas. Por aqui vão desfilar atletas e o povo. O legado vem em um momento difícil, mas é quando nos superamos. A entrega simboliza uma das grandes conquistas que os Jogos trouxeram à população. Os Jogos vão passar, mas isto aqui ficará para a cidade – disse o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman.
A Transolímpica foi a última entrega de uma obra de grande dimensão prometida pelo município no dossiê de candidatura para sediar os Jogos. No entanto, o traçado da via foi ampliado em relação ao plano original. Inicialmente, ela teria 15km de extensão. O atual tem 26km.
A obra foi orçada em R$ 2,2 bi. O local será administrado pela concessionária ViaRio, formada pelas empresas Invepar, Odebrecht Rodovias e CCR.
Ainda na área de transportes, a Linha 4 do metrô, de responsabilidade do estado, tem previsão de entrega até o final de julho. Ela também funcionará exclusivamente para o público dos Jogos no início. No entanto, não constava entre as promessas feitas ao Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009.
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