Em audiência, Sampaoli afirma que não cobrou investimento para permanecer no Santos
Testemunhas do Peixe contradisseram a alegação do treinador, e data para definição da sentença foi marcada para a próxima terça-feira (29)
Em audiência de instrução realizada virtualmente no dia 10 de setembro, pela 5ª Vara da Justiça do Trabalho de Santos, o técnico Jorge Sampaoli, que deixou o Peixe em dezembro e atualmente defende o Atlético-MG, negou que tivesse cobrado investimentos da diretoria santista para permanecer no clube, situação que já foi mencionada abertamente pelo presidente José Carlos Peres em algumas ocasiões.
A ideia era que na data em questão houvesse um processo de conciliação e definição da sentença, mas como não houve acordo entre as partes, o julgamento foi cancelado se restringindo apenas a escuta das partes presentes.
Na ata obtida pelo LANCE!, consta que em depoimento pessoal Sampaoli disse que compareceu a reunião com a diretoria santista no dia 9 de dezembro, onde o estafe do Alvinegro queria tratar dos trabalhos em 2020, mas o técnico afirmou que não falaria sobre o assunto enquanto as pendências referentes ao seu direito de imagem, parte do contrato de trabalho vigente e a premiação pela classificação à Copa Libertadores da América não fossem acertadas.
O argentino também alegou que Peres pediu um prazo de até 24 de dezembro para fazer o pagamento, já que receberia a verba referente ao contrato com a televisão, o que foi aceito por Sampaoli. No entanto, o treinador afirma que o presidente santista se recusou a assinar um documento prevendo a quitação na nova data, pois precisava da autorização do Comitê Gestor, que se reuniria dois dias depois.
Jorge Sampaoli concluiu dizendo que o rompimento do seu contrato aconteceu em 11 de dezembro, dia seguinte ao prazo que lhe dava direito a se desligar do Santos sem pagamento de multa rescisória, não dia 9, como comunicado oficialmente pelo clube em nota à época.
Santos contesta Sampaoli
Nesta terça-feira (22) outras testemunhas da parte do Santos, que participaram da reunião, prestaram os seus depoimentos: o gerente administrativo Fernando Volpato e a advogada Gisele Cesario Cabreira.
Volpato contradisse Sampaoli, afirmando que a conversa ficou acalorada quando os representantes santistas informaram que as multas rescisórias dos membros da comissão técnica santista persistiriam mesmo se o treinador deixassem o clube após o dia 10 de dezembro. Em sua fala há 12 dias, o técnico garantiu que não houve tratativas sobre os contratos da sua equipe, por serem independentes.
O gerente santista completou dizendo que Jorge Sampaoli direcionou ofensas ao presidente José Carlos Peres, que as respondeu, sucedendo da entrada de seguranças, que culminou no encerramento da reunião.
A fala de Volpato foi reforçada pela Drª. Gisele, que ingressou mencionou que ingressou no encontro já com ele iniciado, após o técnico apresentar uma confissão de dívida na qual ela, como representante jurídica do clube, estranhou, pois referia-se sobre a premiação quanto a classificação à Libertadores que ao seu já era previsto contratualmente. A advogada relatou que houve pedido de investimentos por parte de Sampaoli para que ele permanecesse no Santos, bem como a sua irritação quando comunicado que não haveria a queda da multa rescisória da sua comissão técnica.
O “próximo capítulo dessa novela” já tem data marcada: 29 de setembro, às 13h05, na 5ª Vara da Justiça do Trabalho de Santos. Na próxima terça-feira, está programada a audiência para definir a sentença do caso. Caso vença, o Santos poderá pleitear R$ 10 milhões ao técnico argentino, por sua saída do clube antes do encerramento do seu contrato com o Peixe. Já se o profissional for vencedor, o Alvinegro Praiano o valor da causa que deverá ser paga ao argentino é de R$ 4,9 milhões.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini