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Após fim de caos político no Santos, Peres passa por ruídos com Cuca

Presidente e treinador 'sofrem' para conseguir se entender no Peixe. Atrito entre os dois se intensificou há alguns meses e vai de ausência em reunião à insistência por jogos na Vila

Cuca e Peres no Santos
imagem cameraPeres ao lado de Cuca durante a apresentação do treinador no Santos: relação não é boa (Foto: Ivan Storti/Santos)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 19/10/2018
18:38
Atualizado em 20/10/2018
06:00

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O presidente José Carlos Peres e técnico Cuca parecem desconectados no Santos. Há uma série de divergências que afastam os dois pilares do Alvinegro e ainda complicam algumas coisas no clube, embora a relação direta seja considerada normal. O caso mais recente foi a entrevista coletiva do treinador na última sexta-feira, no CT Rei Pelé, quando, entre caras e bocas, mostrou insatisfação com as declarações do presidente envolvendo seu nome. 

Cuca não gostou de ouvir Peres falar que Bryan Ruiz quando joga, joga fora de posição e muito menos de ter seu nome envolvido em uma suposta reunião para tratar do planejamento de 2019. Cuca não esteve no encontro, embora Peres tenha dito que sim. É nítido que os dois precisam aparar as arestas da relação por um 2019 mais saudável, caso o treinador de fato permaneça no clube - o contrato vai até dezembro do ano que vem. 

Peres acabou de sair de uma grande vitória política. Alvo de dois processos de impeachment, teve a permanência na presidência assegurada por decisão dos sócios do clube e, neste momento, se sente fortalecido internamente. Os poderes do vice, Orlando Rollo, foram quase na totalidade ceifados e novos nomes para o Comitê de Gestão foram aprovados, todos com o crivo do presidente, dando mais autonomia. 

Enquanto isso, Cuca está chateado com algumas coisas. Antes de clássico contra o Corinthians, falou por mais de três vezes que jogaria no Pacaembu contrariado, já que a preferência é por jogos na Vila Belmiro. Se antes o elenco ainda media as palavras a respeito do tema, praticamente todos os jogadores passaram a adotar uma postura mais firme com a chegada do comandante: preferem o estádio da Baixada Santista e tratam o Pacaembu como "opção da diretoria".

O problema é que a divisão igualitária de jogos entre capital e Santos foi uma promessa de campanha de Peres - o carro-chefe, inclusive. E o cartola pretende seguir à risca o prometido ao torcedor, principalmente porque grande parte de seu eleitorado está concentrado em São Paulo. O assunto Pacaembu x Vila Belmiro chegou até mesmo a ser tema da preleção antes do clássico. 

Gerou também uma certa irritação em outros departamentos do clube. Afinal, o marketing, por exemplo, trabalha pela expansão do programa de associados e pela expansão da marca do clube. Neste ponto, é importante a divisão de jogos com São Paulo. O clássico, inclusive, já havia sido tema de reunião meses antes de acontecer, incluindo a preparação do mosaico exibido nas cadeiras laranjas. Há um entendimento de que é preciso aceitar o fato de jogar na capital.

Isso sem contar as entrevistas polêmicas do treinador ainda no começo da passagem pelo Alvinegro. Após a eliminação da Libertadores, Cuca detonou a gestão do Santos, irritado com o caso envolvendo o volante Carlos Sánchez. O tom crítico do comandante pegou Peres de surpresa. Desde então, o dirigente passou a ser mais duro ao falar sobre o trabalho do técnico. 

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