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ANÁLISE: Em derrota para o Corinthians, São Paulo mostra volume de jogo, mas paga caro por erros

Uma série de 'descuidos' foi responsável por romper um tabu que era mantido no estádio do Morumbi há quase seis anos

São Paulo - David
São Paulo foi derrotado pelo Corinthians por 2 a 1 (Foto: Paulo Pinto / saopaulofc.net)

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Um dos primeiros pontos que chama atenção para falar da derrota do São Paulo no primeiro Majestoso do ano foi a escalação do Tricolor paulista. Rogério Ceni optou por uma formação com dois volantes (Méndez e Pablo Maia), e o Nestor como meia. Destoou do que foi visto nos últimos jogos, quando Pablo Maia era o único volante, Nestor atuava mais na frente e Luciano como um meia armador. Desta vez, o camisa 10 começou no banco. 

Mas a escalação diferenciada não foi a maior culpada na derrota, que culminou em um rompimento de um tabu que era mantido desde 2017 - tendo em vista que o São Paulo não perdia do Corinthians em casa há quase seis anos. Porém, o que esteve por trás da vitória por 2 a 1 do rival foi uma série de erros e descuidos. Um jogo muito mais decidido pela eficácia do que pela tática.

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A intenção por trás desta escolha de titulares era basicamente fortalecer a saída de bola, uma vez que Jhegson Méndez tem uma saída de jogo melhor que Pablo Maia, e privilegiar Nestor em uma função que é 'mais comum 'para ele do que para o Luciano. A princípio, em um primeiro olhar, a escolha pareceu correta.

E de fato, como dito anteriormente, não foi dos maiores problemas deste Majestoso. O Corinthians é um time que aposta muito em seu meio de campo - tendo em vista a presença de nomes fortes como Renato Augusto, um grande articulador de jogadas. Desta forma, outro aspecto importante que justifica a escolha de Ceni pelos dois volantes era justamente marcar melhor o setor criativo do rival, contando com dois volantes que se destacam na fase defensiva.

Se uma análise for pautada pelo primeiro tempo, é fato que o São Paulo começou superior. Logo nos primeiros minutos, o Tricolor liderou na posse de bola e chegou bem mais na área adversária, arriscando até mesmo algumas finalizações. Mas quando o Corinthians conseguiu recuperar a bola e chegar no ataque são-paulino, a defesa tricolor mostrou algumas fragilidades e daí surge o primeiro gol de Adson. No lance, Fagner recebeu um ótimo lance de Renato Augusto nas costas do David e serviu o meia corintiano dentro da área. Foi a primeira finalização do Corinthians na partida, e logo resultou no primeiro gol.

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O São Paulo, que já estava muito ofensivo, tentou atacar ainda mais. Mas novamente, mais uma falha e mais um gol. Desta vez, quem errou foi Orejuela. O lateral cedeu um contra-ataque. O Corinthians atacou com dois jogadores contra quatro do Tricolor. No caso, Orejuela, Arboleda, Alan Franco e Welington, mas Róger Guedes explora erro de Franco e serve Adson, que marca o seu segundo gol.

A partir daí, o que era esperado aconteceu. Com dois gols de vantagem, na casa do rival, e no fim primeiro tempo, o clube alvinegro ficou praticamente todo na defesa.

O Corinthians se fechou, em um padrão que seguiu praticamente o jogo inteiro. Com o rival fechado e raramente cedendo espaços, o São Paulo foi pouco criativo. Wellington Rato, que se destacou em praticamente todos os jogos até o momento, estava apagado - pela primeira vez na temporada até o momento. Nestor, outra opção para o setor criativo, ficou sozinho em alguns momentos, Méndez até tentou ajudar. Pablo Maia praticamente não agregou em nada.

Surgiram duas alternativas: tentar abrir espaço com Calleri e David por dentro ou utilizar as laterais, com Welington e Orejuela. Orejuela, que falhou no segundo gol, errou vários cruzamentos e não conseguiu dar conta do lado direito como deveria.

No mais, o primeiro tempo terminou assim. São Paulo buscando volume de jogo, tentando ficar mais com a bola, mas a desvantagem nascendo de descuidos e falhas - principalmente defensivas. No segundo tempo, Rogério Ceni fez algumas mudanças calculadas. Uma delas foi a entrada de Luciano no lugar de Pablo Maia. A outra foi a entrada, e estreia, de Caio Paulista no lugar de Orejuela no lado direito.

Mas qual a ideia em cima disso? Caio Paulista, mesmo atuando como lateral esquerdo (na partida deste domingo pela direita), é ofensivo, uma vez que é ponta de origem. Luciano segue a mesma premissa, embora aproveitado no meio de campo nesta temporada. Mais tarde, Pedrinho também entrou em campo, para tentar criar uma certa profundidade - do lado direito, que foi abaixo durante todo primeiro tempo.

O Corinthians seguiu adotando uma postura defensiva em frente à área. A ideia do São Paulo, a princípio, parecia tentar explorar os lados.

Tentando reverter o placar, o São Paulo começou a arriscar com chutes de fora da área. Méndez quase marcou, mas a bola bateu na trave. Mas o que mais dificultou jogadas de perigo foi a marcação fechada do Corinthians na grande área, bloqueio que gerou justamente as finalizações de longa distância do Tricolor.

Assim, as laterais seguiram como a principal alternativa para espaçar a zaga corintiana. E é assim que o gol do Luciano surge. A bola é tocada na lateral-esquerda e, quando Welington recebe, Luciano fica sozinho na entrada da área, recebe um cruzamento rasteiro e marca o primeiro - e único - gol do São Paulo na partida.

Entre chances perdidas como a de David na segunda etapa, após rabiscar a defesa e infiltrar a área ou cruzamentos na área buscando Calleri, o chute de Luciano foi a única vez em que o São Paulo driblou seu maior adversário no clássico: a eficácia. O time encontrou os caminhos para agredir o rival, mas não teve o mesmo aproveitamento dos corintianos, que em dois erros são-paulinos mataram o jogo.

Por outro lado, desde que marcou o segundo gol, o Corinthians não ofereceu riscos ao time do Morumbi. Nas vezes em que buscou os contragolpes, mostrou lentidão e a defesa do São Paulo apresentou competência para recuperar a posse. O volume de jogo ofensivo tricolor foi superior.

Isso animou tanto a torcida quanto o próprio elenco de Rogério Ceni para os minutos finais. No entanto, mais uma vez, erros nas conclusões não permitiram um empate ou uma eventual virada. O último lance perigoso foi mais uma vez de Luciano dentro da área, em lance semelhante ao gol. Dessa vez, porém, o chute rasteiro foi para fora. Com dificuldades em encontrar espaços, o time achou os caminhos para criar algumas chances, mas não as soube aproveitar. O resultado refletiu bem o peso das decisões do Tricolor: nos dois maiores erros, o Corinthians encontrou seus gols.

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