Ceni compara Dilma a Aidar e sugere renúncia: ‘O sistema corrompe’
Ídolo do São Paulo diz que o Brasil parou nos últimos 13 anos e que casos de corrupção com ex-presidentes da CBF são apenas reflexo da impunidade na política brasileira
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Em 13 de outubro deste ano, após seguidas denúncias de corrupção diretas e a seus pares, Carlos Miguel Aidar renunciou ao cargo de presidente do São Paulo. Para Rogério Ceni, o movimento feito para que o cartola foi louvável e representa uma mudança de mentalidade no clube, algo que ele espera que aconteça também com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Diante de uma série de investigações da Operação Lava Jato, políticos e empresários aliados dos partidos têm sido presos ou processados. A questão é que, diferentemente do que aconteceu com Aidar, nenhuma acusação chegou de forma direta a Dilma. Mesmo assim, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acolheu requerimento feito por juristas para abrir um processo de impeachment contra a presidente na última quarta-feira. Para os governistas, a medida trata-se apenas de uma jogada política de Cunha para se defender de possíveis prejuízos políticos de um racha com a situação.
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- Infelizmente, às vezes, o sistema corrompe as pessoas, muda as pessoas. Faz parte, infelizmente. Mas esse ano e meio de administração dele (Aidar) não pode ser um paralelo ao que é o São Paulo de 85 anos. Aconteceram fatos isolados e nada foi provado ainda. Como atleta, torcedor e cidadão, quero desenrolar de tudo isso para saber o que aconteceu. Foram erros administrativos como todo o sistema político deste país. E tomara que também seja corrigido. Aqui aparentemente foi, porque foi interrompido um mandato. E que o Brasil siga o mesmo caminho. Constatamos algo errado e houve a renúncia. Quem sabe a Dilma não aproveita o mesmo caminho - disse Ceni.
Assim como a crise política vivida pelo São Paulo nos últimos meses, o Mito também vê como puro reflexo da sociedade o esquema de corrupção que vem sendo desmascarado pela Justiça dos Estados Unidos nos últimos meses. Na semana passada, as investigações da Procuradoria Geral atingiram os ex-presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero. Além deles, José Maria Marin já está preso.
- A situação política da CBF nada mais é que um reflexo da situação do nosso país. Aquela sensação de impunidade, de que se pode tudo. Mas tenho a sensação de que isso está mudando. Hoje você já vê político corrupto preso, empresário corrupto preso, milionário preso... Acho que isso era algo impensável há 20 anos. Temos que fazer algo. Principalmente as pessoas que podem mudar o futuro do país, de recuperar 13 anos jogados no lixo da política brasileira (mandatos de Lula e Dilma). Talvez demore cem anos para recuperar, mas eles têm a oportunidade de fazer isso por voto, decisão deles mesmo para colocar o país em um rumo correto - ponderou.
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