Ceni diz que Corinthians teve mais pegada e entende reação da torcida
Técnico analisa derrota do São Paulo por 2 a 0 no clássico deste domingo, no Morumbi, pela ida da semifinal do Campeonato Paulista, e fala sobre vaias e protesto da torcida
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O técnico Rogério Ceni admitiu que o São Paulo teve menos "pegada" que o Corinthians na derrota por 2 a 0, neste domingo, no Morumbi, pela ida da semifinal do Campeonato Paulista. O treinador ainda lembou o 2 a 0 sofrido para o Cruzeiro na última quinta-feira e disse que são "derrotas difíceis de ingerir".
- São duas derrotas em casa muito difíceis de ingerir, principalmente quando põe acima de 40 mil pessoas nos dois jogos. Não posso me colocar na condição de arquibancada, porque sou treinador da equipe. Antes disso também não, só em 2016, quando o fiz e me vi no papel de torcedor. Eu acho que o primeiro tempo faltou competir um pouco mais, o Corinthians competiu mais, teve mais pegada. No segundo tempo só tenho que fazer elogios ao time, tentamos de todas as maneiras. Sem o Nem tivemos um sistema ao qual estávamos mais acostumados, Jucilei fez um jogo fora de série, Gilberto entrou bem, cruzamos 39 bolas, Cássio fez boas defesas. Fizemos o que o jogo pedia, tiramos os dois pontas por lesão e porque eu achei que podíamos fazer um jogo diferente, com losango no meio de campo para municiar os dois centroavantes - analisou.
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Rogério Ceni ainda disse entender a reação da torcida, que vaiou a equipe após a partida. Do lado de fora do Morumbi, integrantes da organizada Independente realizaram um protesto.
- Antes de você estudar pra ser treinador, o que mais vale é o acúmulo de experiências. Eu joguei durante 26 anos, sei o sentimento do atleta, do torcedor quando perde, a cobrança, o grito, a vaia, o aplauso. Isso tudo não é em curso que você aprende, é na vida ao longo da carreira. Eu passo por isso há 20 e tantos anos, convivendo com aplausos, vaias. Como técnico não é diferente, eu tento fazer o melhor trabalho possível todos os dias e é compreensível o torcedor sair chateado. Quando você perde não adianta falar em números, só dois importam: os seus gols e o do adversário. São os números que importam. Quando você vence, eles têm importância. Quando perde são segunda peça. Mas temos que saber trabalhar com momentos de derrota, a vida não é construída somente por vitórias - afirmou Rogério, antes de falar sobre o protesto.
- Eu sou profissional, treinador de futebol, trabalho pelo melhor para o clube. Não saí do estádio, não sei de manifestação, até peço desculpa pela falta de informação. Dentro do estádio é normal e aceitável, o torcedor quer o resultado imediato, é aceitável o questionamento e a vaia. O meu trabalho eu tenho total consciência de que está sendo feito da melhor maneira possível, pelo melhor do São Paulo. Infelizmente foram duas derrotas, o que é sempre ruim para qualquer treinador - acrescentou.
Com desvantagem no Paulistão e na Copa do Brasil, o São Paulo volta a treinar na tarde desta segunda-feira, no CT da Barra Funda. O confronto com o Cruzeiro será na quarta-feira, no Mineirão, enquanto o duelo com o Corinthians será no próximo domingo, em Itaquera.
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