Conversas entre Carpini e Dorival aliviam temor por “quebra” no planejamento do São Paulo

Se o torcedor do São Paulo tinha alguma dúvida de que o projeto vencedor da última temporada seguiria mesmo com a troca de técnico, a entrevista de apresentação de Thiago Carpini no Tricolor trouxe uma certa sensação de alívio. Isso porque, ao que tudo indica, o treinador já está alinhado com o planejamento feito por Dorival Júnior na virada de ano.

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A troca de informações entre os técnicos, revelada pelo próprio Carpini em uma de suas respostas, foi parte fundamental deste processo. O treinador afirmou que não pretende mudar o que foi feito pela comissão técnica anterior e que levou o São Paulo à conquista da Copa do Brasil de maneira inédita.

Na corrida por reforços, por exemplo, o novo treinador se mostrou satisfeito com o elenco que tem em mãos e deixou claro que novos jogadores só devem chegar caso sejam considerados uma boa oportunidade de mercado para o clube.

- Eu sei muito bem os jogadores, ninguém contou história para mim. Eu vejo um elenco forte, qualificado. Algumas peças pontuais podem surgir daqui a pouco, se for uma boa oportunidade para o São Paulo. Talvez um lateral ou um atacante.

Embora o técnico tenha afirmado estar contente com o elenco, na sequência da mesma resposta, deixou nas entrelinhas que tem noção de uma das dificuldades que terá de superar neste início de ano ao citar justamente a posição de lateral. Com a saída de Caio Paulista, o São Paulo tem apenas Welington e Patryck Lanza para a posição.

Se o primeiro é visto como um jogador confiável para a posição, o segundo praticamente não se destacou nas poucas oportunidades que teve. A princípio, o Tricolor não vai contratar para a posição. A prioridade está na renovação de Welington, cujo contrato se encerra no final deste ano.

Outra prova de que o novo técnico do São Paulo tem conhecimento do elenco que dirige a partir de agora foi quando analisou a montagem da equipe com Lucas, Luciano e James Rodríguez, um sonho da torcida que ainda não foi realizado de maneira plena, muito pela dificuldade do colombiano em entrar no mesmo ritmo dos companheiros.

Carpini, no entanto, evitou definir um time titular e propôs a utilização dos jogadores de acordo com o adversário. Para o técnico, o dia a dia de trabalho será fundamental para entender melhor como cada jogador pode contribuir em sua ideia de jogo.

- Pelo que eu já conheço desses atletas, acredito que o James tenha uma função mais específica. Com os outros teremos mais alternativas, depende do que a gente propor. O Lucas faz mais de uma função, assim como o Luciano e o Rato. Talvez o James seja o único 10, que tenhamos que ajustar o time.

Quanto à organização da equipe, Carpini também surpreendeu ao comparar as realidades de clubes menores, sem calendário, com a de clubes maiores, cuja pré-temporada tem apenas 15 dias, caso do São Paulo. O técnico, que chegou ao São Paulo no sábado (13), terá apenas uma semana de trabalho antes da estreia do clube no Paulistão, mas não se assusta com o pouco tempo de preparação.

- Esse período curto de trabalho eu estou habituado. Trabalhei em times que não tem calendário. Eu tinha que trabalhar a parte física, técnica, tática e entrosar o elenco de uma equipe montada sempre do zero. Aqui no São Paulo, além de uma boa transição, temos uma continuidade de elenco.

A estreia de Thiago Carpini acontece no sábado (20), às 20h (de Brasília), no Estádio do Morumbi, diante do Santo André, pela primeira rodada do Paulistão.