Com Raí, São Paulo espera ter mais harmonia e gestão descentralizada
Presidente Leco vinha tendo problemas de relacionamento com o Pinotti, antigo diretor executivo de futebol, que pediu demissão na quarta, e aposta no perfil do ídolo do Tricolor
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A contratação de Raí como diretor executivo de futebol é apontada como uma nova era no São Paulo, e não apenas pela chegada de um ídolo que passa a ser dirigente. O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e seus aliados apostam no perfil mais apaziguador do ex-meia, diferente do que relatam a respeito de Vinicius Pinotti, seu antecessor no cargo.
Pinotti pediu demissão na quarta-feira por divergências com Leco. O agora ex-diretor queixava-se das intromissões do mandatário, principalmente em negociações - a informação de que poderia estar conversando sobre liberar Pratto para o Cruzeiro teria sido a gota d'água. Mas, no CT da Barra Funda, há funcionários que apontam Pinotti como um centralizador, que pouco permitia a participação de outros em suas decisões.
Pinotti tinha como trunfo, segundo alguns jogadores, sua disposição em ajudá-los em qualquer tipo de problema, inclusive fora de campo. Mas acredita-se que Raí, ex-atleta, pode oferecer a mesma disposição e, ao mesmo tempo, harmonizar ainda mais o ambiente com seu estilo aglutinador, até com uma personalidade que consiga controlar e amenizar mais qualquer problema no CT da Barra Funda.
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Segundo aliados de Leco, pesa a favor de Raí, na comparação com Pinotti, o seu preparo para a função. Enquanto Pinotti era visto como um empresário cheio de vontade de ajudar por ser apaixonado pelo Tricolor, o ex-meia tem em seu currículo cursos de gestão esportiva, como o Mestrado Executivo da Uefa para Jogadores Internacionais, que durou dois anos e teve etapas em Londres (Inglaterra), Nyon (Suíça), Paris (França), Munique (Alemanha), Amsterdã (Holanda), Barcelona (Espanha) e Nova York (Estados Unidos).
Na questão administrativa, aliados de Leco ressaltam não só suas experiências como empresário, incluindo na Fundação Gol de Letra, mas também seu conhecimento sobre a situação do São Paulo, já que ocupou o Conselho de Administração do clube desde maio - sua vaga será ocupada por Marcio Aith, que deixa a diretoria de comunicação e marketing para coordenar a campanha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência da República.
Todos são pontos em que Leco aposta para solucionar problemas depois de um ano atribulado, com demissão de Rogério Ceni como técnico, desmanches no elenco e briga contra o rebaixamento no Brasileiro. Além, claro, do histórico de Raí dentro de campo: 395 jogos, 128 gols e campeão paulista em 1989, 1991, 1992, 1998 e 2000, brasileiro em 1991, da Libertadores em 1992 e 1993 e mundial em 1992.
- Recepciono de volta esse campeão de tudo pelo São Paulo, este ídolo do São Paulo, este homem que fez tudo pelo São Paulo. É um homem vitorioso e bem-sucedido em tudo que fez na vida. O São Paulo o traz como executivo de futebol, e ter o Raí aqui é um motivo de grande alegria - disse Leco na apresentação do ex-meia, tentando, publicamente, amenizar as divergências com Vinicius Pinotti.
- Isso ocorre em qualquer circunstância de relacionamento. Quero enfatizar que a decisão tomada pelo Vinicius Pinotti não reduz apreço, respeito e admiração que tenho por ele. Não tem qualquer significado negativo e sinto pena que ela tenha ocorrido por conta de suas qualidades pessoais. Ele tem sua importância no São Paulo.
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