Everton desafia ‘críticas maldosas’ e garante que voltará a brilhar
Em entrevista ao L!, atacante conta que cancelou viagem com os filhos para tratar da lesão, diz que parou de olhar comentários de redes sociais e se disse pronto para a volta por cima
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A lesão sofrida por Everton pouco antes da pausa para a Copa América, a sexta desde que chegou ao São Paulo, forçou o jogador a cancelar uma viagem com os filhos para a Bahia e o motivou a ignorar os comentários de suas redes sociais. Agora que voltou a jogar, com boa atuação no segundo tempo da vitória por 4 a 0 sobre a Chapecoense, o atacante desafia os críticos e garante que está pronto para retomar o alto nível de seus primeiros meses de clube.
- Escutei de algumas pessoas que não ia mais voltar a jogar no meu nível, mas tenho plena certeza que vou. Tem muitos comentários maldosos. Escutei gente dizendo que tenho algo crônico na posterior, baita mentira. O doutor e os fisioterapeutas falaram que sou um dos melhores nos testes isocinéticos, de força, então essa história não existe - disse o jogador de 30 anos, ao LANCE!.
Everton passou todo o período da Copa América em tratamento no CT da Barra Funda, sacrifício que ele considera ter valido a pena. Depois de um segundo semestre repleto de problemas físicos em 2018, de uma pré-temporada atropelada pela Florida Cup e de um início de ano novamente conturbado, enfim houve tempo para treinar e preparar o corpo.
O camisa 22 se considera pronto para voltar a ser o "top dos tops" - termo usado por Cuca em sua última entrevista coletiva - que fez o São Paulo pagar R$ 15 milhões para tirá-lo do Flamengo. Ele é candidato a uma vaga no ataque para a partida deste sábado, às 19h, contra o Fluminense, no Maracanã.
Confira a entrevista completa:
LANCE!: Como foi ver os companheiros saindo de folga durante a pausa do Brasileirão enquanto você fazia tratamento no CT?
Everton: É horrível. A gente tinha programado as férias, as crianças estavam de folga em casa. Mas na hora que machuca tem que fazer de tudo para voltar a jogar. As crianças (Guilherme, de dez anos, e Gabriela, de oito) ficaram meio assim no começo, mas eles entendem que é minha profissão e eu tenho que estar bem. Esse tempo que eu fiquei aqui tratando foi bastante importante também. Íamos para a Bahia. Vai ficar para dezembro agora (risos).
Você tem sofrido com lesões. Como lida com isso?
Cara, é complicado. Eu cheguei ano passado no São Paulo e acho que joguei o primeiro turno inteiro. No segundo turno eu tive uma lesão. Com aquela necessidade de vitória, eu volto e acabo sentindo de novo. Nesse ano foi mais complicado ainda, porque eu precisava muito de uma pré-temporada e não teve. Acho que no quarto dia a gente estava jogando. Para mim, que sou um jogador de velocidade, isso foi muito difícil. Mas essa volta agora foi muito importante, porque eu treinei, tive 15 dias de treino. Isso é essencial, no jogo deu para ver isso.
No ano passado você voltou antes da hora para ajudar o time na briga pela liderança? Em dois jogos, você voltou a jogar e sentiu novamente.
Não é que eu voltava antes da hora, acho que foi no tempo certo, mas claro que com aquela pressão de ser líder você quer estar em campo rápido. Mas é aprendizado, bola para a frente. Hoje me sinto preparado porque tive tempo de treinamento. Não foi à toa que nesse jogo já entrei dando uns piques de velocidade que não estava dando antes.
Você comemorou o gol do Antony, que saiu com assistência sua, como se fosse seu. O que veio à cabeça na hora?
Fiquei muito feliz. O jogo estava muito complicado, muito difícil. No banco, o Cuca já tinha falado comigo: "Olha, você vai entrar no intervalo, já olha onde você vai jogar". E foi um lance rápido em que recebi a bola do Raniel e cruzei. Importante demais. Ele falou para eu jogar pela meia esquerda, mais solto, também com liberdade de fazer a troca com o Toró. Foi bom, me senti bem.
Claro que é difícil você manter aquela intensidade de jogo. Até falei para o Toró, quando deu uns 20 do segundo tempo, para a gente dar uma maneirada, senão não iríamos aguentar (risos). É importante você dar uma cadenciada no jogo em alguns momentos, mas é difícil controlar esses meninos. Apesar que estou com 30 e estou acompanhando eles (risos). É o bonde de Cotia.
Muitos torcedores se irritaram quando você se lesionou contra o Avaí. Você lia os comentários nas redes sociais?
Hoje em dia, com a internet, está bem complicado você ficar olhando os comentários. As pessoas têm opiniões de acordo com o resultado, em um dia você é bom e no outro dia você já não é. É um mundo louco. Nessa última lesão eu preferi evitar ver. Já estava muito triste com a situação, porque sei a importância que eu tenho aqui no clube. Você não estar em campo... Preferi não ficar vendo.
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Você acha que conseguirá retomar o nível do primeiro turno do Brasileirão de 2018?
Eu tenho certeza disso. Tive tempo de treinamento agora. Claro que eu preciso pegar ritmo de jogo, que vem com o tempo, com os jogos, mas sei que quando estiver no meu ápice físico e técnico eu vou brigar, sim, para estar entre os 11. O que eu mais quero é dar essa volta por cima. Na minha época de Flamengo eu sempre fui muito desafiado também, todo ano que passava os caras iam, traziam um jogador e se falava que era para a posição do Everton. Mas eu ia lá e jogava. Eu gosto disso, gosto de ser desafiado.
Você foi o último jogador do São Paulo a marcar um gol no Maracanã, contra o Flamengo, em 2018. Também jogou muitas vezes lá pelo próprio Flamengo. É um lugar especial para jogar?
É especial jogar no Maracanã, sim. É um estádio que me traz boas recordações, ano passado fiz esse gol contra o Flamengo. Espero que sábado possa acontecer de novo.
E a comemoração? Vai ter dancinha?
É verdade, faz tempo que não faço um golzinho para fazer a dancinha. Meu filho gosta, fica cobrando (risos). Se fizer, vai ser a dancinha do ombrinho que meu filho gosta! Tenho certeza que voltando a jogar com essa alegria o gol vai sair, sim.
E onde o São Paulo pode chegar nesse Brasileiro?
Acho que essa vitória contra a Chapecoense foi bastante importante, deu um pouquinho de tranquilidade. Quando você trabalha com pressão e o resultado não vem, a confiança dá uma diminuída. Tenho certeza que esse grupo está encorpando e que a gente vai brigar lá em cima. O primeiro passo é Libertadores. Estando entre os quatro, você vai estar mais próximo do título também. Primeiramente vamos dar uma focada nisso de ficar entre os quatro, depois a gente vê.
O que a queda de rendimento no Brasileiro do ano passado ensina?
Você tem que ter grupo. Daqui a pouco a gente vai começar a jogar quarta e domingo, tem suspensão, alguns atletas se machucam. Se você não tiver elenco, você não briga. Vejo o São Paulo com um elenco equilibrado esse ano, vai dar para brigar, sim.
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