Jogo ofensivo e ‘acelerado’: Entenda como pode ser o time do São Paulo com Marco Silva
Português é adepto de esquema com três meio-campistas e atacantes rápidos. Jogo pelo lado do campo costuma ser mais usado pelas equipes em que passou
O São Paulo iniciou conversas para contratar o técnico Marco Silva, que está sem clube desde que deixou o Everton, da Inglaterra. O português é conhecido por gostar de atuar no esquema 4-3-3 e ter um ataque veloz, com um meio muito versátil.
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Foi assim que ele comandou os portugueses Estoril e Sporting, o grego Olympiacos e os ingleses Hull City, Watford e Everton.
Trabalhos em Portugal foram bem avaliados
Depois de se aposentar como jogador, Marco Silva começou sua carreira no Estoril, de Portugal, na temporada 2011/2012. Lá, conquistou o acesso à elite portuguesa e classificou o clube para a Liga Europa. Ele ficou até maio de 2014, quando saiu para dirigir o Sporting.
- Ele é muito corajoso. Em Portugal, os times menores sempre jogam atrás, muito recuados, quando enfrentam os três grandes. Sendo sincero: jogam para não tomar goleada. Mas o Marco falava que a única chance de ganharmos deles era marcá-los em cima e atacá-los - disse o meia Evandro, à ESPN.
Já nesse primeiro trabalho, ele ficou conhecido pelos esquemas ofensivos, priorizando a posse de bola e as descidas rápidas ao ataque. No Sporting, Marco desenvolveu melhor o seu trabalho, onde conquistou a Taça de Portugal.
Marco Silva treinou o Sporting durante a conturbada presidência de Bruno de Carvalho e foi um dos 'alvos' do antigo presidente dos Leões. O treinador português disse 'adeus' ao Sporting em junho de 2015 debaixo de muita polemica. Em campo, o time era conhecido pela rapidez na transição ofensiva, contando com os gols de Slimani e as assistências de Bryan Ruíz, ex-Santos.
Marco fechou sua passagem em Portugal, se transferindo para o futebol grego. No Estoril, dirigiu o time em 115 jogos, com 53 vitórias, 30 empates e 32 derrotas. Já no Sporting, fez 53 partidas, com 32 vitórias, 14 empates e sete derrotas.
'Ele é muito corajoso. Em Portugal, os times menores sempre jogam atrás. Mas o Marco falava que a única chance de ganharmos deles era marcá-los em cima e atacá-los'
Passagem na Grécia foi marcada por virada no Arsenal
Marco chegou ao Olympiacos já reformulando a equipe na parte tática. Adotando o esquema 4-2-3-1, o time grego foi um sucesso. Ganhou as 17 primeiras rodadas do Campeonato Grego e foi campeão com 28 vitórias, um empate e uma derrota em 30 partidas. Na Champions League, ganhou do Arsenal, no Emirates.
Naquela partida, Marco mostrou novamente seu perfil ofensivo , colocando o atacante Finnbogasson, que marcou o gol da vitória aos 25 minutos do segundo tempo. Ali, jogando com um meio forte e um centroavante de referência, Marco começava a ganhar projeção na Europa.
Saiu da equipe grega com 48 jogos, sendo 48 vitórias, três empates e sete derrotas.
O novo 'Especial One'
Depois da Grécia, Marco desembarcou na Inglaterra para comandar o Hull City, mas não conseguiu evitar o rebaixamento do clube. Uma característica que ficou marcada é a gestão humana e psicológica do seu elenco. Jogadores do Hull afirmam que ele aproveitava o tempo para conhecer seu elenco e lida com todos da mesma forma.
No entanto, a sua passagem mais marcante foi no Everton. Lá, Marco passou a alternar o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1. No segundo esquema, os dois volantes eram sempre um mais marcador, como Gueye e um mais organizador, estilo de André Gomes. Na linha de três, Walcott e Bernard eram os atacantes de ponta, com o propósito de municiar Calvert-Lewin.
- O Marco Silva gostava que a equipe saísse jogando, puxava muito pelos meias, pois a bola tinha que passar por eles para fazer a equipe jogar. Ele queria que os pontas se movimentassem para criar os espaços para os laterais subirem, tanto por dentro como por fora - disse Leandro Salino, jogador comandado por ele no Olympiacos, ao site 'Bancada'.
Já quando atuava com somente um atacante, Marco escalava o Everton com André Gomes como único volante, tendo Sigurdsonn como armador junto com Davies. Neste esquema, Tosun era escalado como centroavante, já que é mais móvel que Lewin e auxilia mais o meio-campo.
O esquema e a disciplina tática fizessem com que Marco ficasse conhecido como o 'novo Special One', em referência ao técnico José Mourinho, treinador com passagens marcantes pelo futebol inglês.
'O Marco Silva gostava que a equipe saísse jogando, puxava muito pelos meias, pois a bola tinha que passar por eles para fazer a equipe jogar.'
Como o São Paulo pode jogar com Marco Silva?
Caso Marco desembarque no São Paulo, podemos esperar uma equipe muito tática e com uma transição veloz da defesa para o ataque.
Se preferir atuar no 4-1-4-1, pode montar uma equipe com Tchê Tchê fazendo a função de André Gomes, já que não costuma atuar com um volante mais marcador nessa tática. O único centroavante do time nesse estilo de jogo teria que se movimentar bem, características que Luciano é acostumado a realizar na equipe.
Se jogar no 4-2-3-1, o São Paulo terá mais um volante de marcação, sendo provável que Luan execute essa tarefa. A linha de três poderia ser formada com Sara, Igor Gomes e até Toro, o mais veloz dos atacantes são-paulinos. No ataque, Luciano deveria ser o centroavante, ou até Pablo, já que o camisa nove atua mais fixo do que o companheiro.
O São Paulo segue em busca do novo técnico. Marco Silva foi um dos entrevistados e surge como bom nome para comandar a equipe. Resta saber os próximos passos da negociação.