O fator Luciano: De meia frustrado a garçom consagrado no São Paulo
Após a saída de Rogério Ceni, a produção do camisa 10 aumentou de nível no Tricolor paulista
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Um dos xodós da torcida do São Paulo, Luciano teve um início de ano atípico nesta temporada. A maior justificativa disso? A mudança de posição que estava sendo promovida pelo ex-treinador tricolor, Rogério Ceni.
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No final do último ano, o LANCE! adiantou: Luciano seria o responsável por vestir a camisa 10 do São Paulo a partir do começo desta temporada. Mas sua queda de rendimento não foi influenciada só pelo 'peso' da camisa em si. Rogério Ceni levou a numeração ao pé da letra e começou a escalar o, até então, atacante em uma posição diferente da que estava acostumado.
Um jogador que era bastante conhecido pela 'garra', tendo seu nome sempre gritado pela torcida no estádio durante as partidas. Finalizador e com uma capacidade boa de movimentação dentro da área. Inclusive, foi artilheiro da equipe em 2020. Mas neste ano, tudo mudou. Constantemente dupla de ataque com Calleri, começou a atuar como um meia armador - e por várias vezes, quando parava nas zonas mistas após as partidas, sempre afirmava que ainda estava em 'processo de adaptação por conta da mudança' e por isso o rendimento estava abaixo do normal.
- Adaptação. Às vezes tento ajudar os volantes na saída de bola. No segundo tempo estava mais próximo do gol, quase fiz um gol de cabeça, não tive a felicidade de acertar o gol. É ir treinando, jogando e me aprimorando na posição. Espero treinar, aprimorar, conversar bastante com meus companheiros para fazer gols - disse ainda no Campeonato Paulista, após o jogo contra a Ferroviária.
Luciano não conseguia estabelecer este elo entre o meio de campo e o ataque. O que não foi surpresa, afinal, sempre jogou mais adiantado e perto do gol. Luciano não era acostumado a ter como papel principal esta armação de jogadas, e sim, a finalização destas. Mesmo com os números abaixo, Rogério Ceni insistiu.
Refletiu em suas estatísticas. Com 26 jogos disputados, marcou cinco gols. Inclusive, viveu uma seca de onze jogos sem marcar, que por curiosidade, terminou quando Dorival Júnior assumiu o comando da equipe. O camisa 10 voltou a balançar as redes contra o América-MG. Com Dorival, marcou mais dois - contra o Internacional e o Sport. O motivo por trás disso? Deixou de atuar como um meia e voltou ao papel que sempre teve no São Paulo.
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O fim desta 'insistência' de Luciano como um meia não refletiu somente no fim da seca de gols, mas também nas assistências do camisa 10. Nos últimos dois jogos do São Paulo, contra o Vasco e o Puerto Cabello, deu uma assistência em cada um. Inclusive, na Venezuela foi o responsável por servir a jogada para o gol de Alisson, que foi o primeiro do camisa 7 no ano. E vale destacar: nesta partida em questão, Luciano entrou no segundo tempo e teve somente 13 minutos em campo.
Luciano já é considerado um dos maiores jogadores do século no São Paulo. Contra o Sport, onde também balançou as redes, ultrapassou Hernanes e se tornou o quinto maior artilheiro do século XXI, agora com 57 gols.
Mas também, do elenco atual, é um dos atletas que mais influencia nos gols. Nas últimas duas temporadas do Tricolor, disputou 66 jogos (sendo 48 como titular), com 30 participações diretas em gols (23 gols e sete assistências). Com estes números, é o líder do São Paulo em participação em gols - contando estas duas últimas temporadas. Isso incluí tanto as competições nacionais quanto as continentais.
Mas algo é fato: Luciano, mesmo sem nunca perder os embalo dos gritos de 'É Luciano' no estádio do Morumbi, retornou a posição que sempre te deixou mais confiante - e o reflexo disso estão nos números.
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