Noite impecável, sorte e saber usar os pés: como Weverton foi à Seleção
Goleiro do Atlético-PR nunca havia sido convocado e agora pode ser titular do Brasil na Olimpíada. Jogador não estava em relação de jogadores pré-convocados para a Rio-2016
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Como um goleiro que nunca havia sido convocado para a Seleção se torna de um dia para o outro o camisa 1 do Brasil na Olimpíada em casa? E mais: pe escolhido como um dos três jogadores acima de 23 anos, ao lado de Neymar e Renato Augusto. Não há uma só explicação para a escolha de Weverton, do Atlético-PR, mas várias. Os fatores são diversos e envolvem de competência à sorte.
Nesta segunda-feira, o jogador de 28 anos se junta ao grupo verde e amarelo em Brasília. Apesar do pouco tempo de treinamento até a estreia na Rio-2016, contra a África do Sul, quinta-feira, é grande a chance de ele ser titular. Abaixo você entende o que levou Weverton de forma tão surpreendente e rápida a esta condição.
DESEMPENHO E USO DOS PÉS
O motivo mais óbvio e principal: o técnico Rogério Micale e seus auxiliares gostam muito do goleiro. Além de ágil e elástico, Weverton sabe jogar com os pés, talvez melhor até do que Fernando Prass. Isso é fundamental para o modelo de jogo pensado por Micale, que constantemente recorre ao arqueiro para se livrar da pressão da marcação adversária ou iniciar jogadas. Além disto, tem seu espírito de liderança valorizado.
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NOITE IMPECÁVEL
Weverton vem bem há tempos, mas recentemente teve uma atuação iluminada. E por sorte ou destino ela ocorreu justamente em um dia em que Micale estava no estádio assistindo ao jogo. Ao lado de Tite, técnico da Seleção principal, ele viu o goleiro do Atlético-PR fazer ótimas defesas e ser o melhor em campo na vitória do Furacão por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, no Mineirão, no último dia 11.
- Nos últimos jogos, com a presença do Tite, isso também acabou dando uma valorizada, ele pôde acompanhar de perto, talvez já tivesse ouvido falar, mas ali acompanhou, viu de perto- admitiu o próprio jogador, em entrevista ao site do Atlético-PR.
PÊNALTIS
Uma das qualidades de Weverton é ser bom defensor de pênaltis. Isso também foi levado em conta pela Seleção, que poderá decidir classificação nas penalidades a partir das quartas de final da Olimpíada.
RITMO
O goleiro do Atlético-PR jogou no último sábado, contra o Sport. Ele está em meio de temporada e em alto nível, ao contrário de arqueiros que estão na Europa, ainda iniciando a preparação para os campeonatos que estão prestes a começar.
LISTA DE DUNGA
Micale é o técnico da Seleção olímpica, foi dele a convocação final, mas não foi o técnico que enviou a primeira pré-lista de 90 jogadores à Fifa. A relação foi preparada por Dunga, ex-técnico do Brasil, e o ex-coordenador Gilmar Rinaldi, e contava com nomes que não eram os prediletos de Micale. Depois, o novo técnico formulou, a partir da primeira chamada, uma relação com 35 atletas. Nesta, as opções disponíveis eram Jean, do Bahia, e Jordi, do Vasco, que não eram os seus prediletos - sobretudo para substituir Prass como titular. Assim, a CBF pediu para inscrever um atleta que não estava entre os 35. É bem possível que se a lista inicial tivesse outro nome que agradasse mais ao atual treinador, Weverton não teria sido chamado para agilizar o processo.
LIBERAÇÕES
A pré-lista, contudo, continha nomes que agradavam Micale: Alisson, ex-Internacional e hoje na Roma (ITA), era um deles. Entretanto, o goleiro não foi liberado pelo clube italiano. Na lista anterior, também constava Ederson, do Benfica (POR), outro que não foi autorizado a ir à Rio-2016.
Outra opção além de Weverton era Diego Alves, do Valencia. O clube espanhol sinalizou que autorizaria a participação dele na Rio-2016, mas a CBF tinha pressa para achar o substituto de Prass e passou a ver demora nas negociações para a cessão dele e desistiu na tarde de domingo.
PRECEDENTE
A CBF não enfrentou dificuldades para conseguir convocar um jogador que não estava na pré-lista. A Fifa já havia aberto precedente parecido para a seleção de Portugal há pouco tempo e logo avisou ao Brasil que abriria nova exceção nas suas normas. Contudo, em caso de novo corte por lesão após o início da Olimpíada, a Seleção terá apenas quatro opções: Jean, goleiro do Bahia, Gustavo Henrique, zagueiro do Santos, Valdívia, meia do Internacional e Felipe Vizeu, atacante do Flamengo.
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