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Seleção faz dos problemas o ouro: a trajetória do título inédito do Brasil

Troca de técnico em cima da hora, perda de goleiro, jogadores não liberados... Percalços acabam criando soluções para a conquista da medalha. Também houve planejamento...

As imagens da conquista da Seleção
imagem camera(Foto: Ari Ferreira)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/08/2016
00:00
Atualizado em 21/08/2016
10:38

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O que era problema virou solução. Foi assim do começo ao fim na trajetória da Seleção olímpica, que pela primeira vez conquistou a medalha de ouro neste sábado. Percalços, imprevistos e até erros acabaram ajudando o grupo a crescer. O que não quer dizer que também não tenha havido acertos no planejamento...

Um dos dos maiores exemplos de "errado que deu certo" foi a efetivação do técnico Rogério Micale. Depois de um ano de trabalho à frente da equipe olímpica, ele teria de passar o bastão a Dunga, mas a demissão do treinador da Seleção principal dias antes da Olimpíada mudou tudo. Acostumado a trabalhar com jovens e conhecedor dos atletas com idade olímpica, ele ajudou a conduzir a Seleção ao título. 

Depois, vieram outros casos emblemáticos, como as convocações de Walace e Renato Augusto. Fundamentais para a campanha do ouro, os dois só foram chamados porque Douglas Costa se machucou e Fred não foi liberado pelo Shakhtar Donetsk (UCR).  O volante virou titular no meio da competição e desempenhou papel tático importantíssimo. Já Renato Augusto assumiu o posto de "capitão moral" e, como jogador mais velho do elenco, liderou o grupo.

Mas no quesito "convocações de última hora" ninguém supera Weverton, justamente um dos heróis na decisão. O goleiro, que defendeu um pênalti alemão no Maracanã, foi chamado após um dos maiores percalços enfrentados pela Seleção, a perda do goleiro Fernando Prass. O veterano de 38 anos foi cortado depois de machucar o cotovelo direito e abalou o grupo, que sentiu muito a sua saída. O arqueiro do Atlético-PR, contudo, deu conta do recado, sofreu apenas um gol durante a Rio-2016 e brilhou no último jogo.

Durante a Olimpíada, mais dificuldades e mais soluções. Após início ruim, com empates sem gols diante de África do Sul e Iraque, Micale encontrou alternativas táticas, com a mudança do 4-3-3 para o 4-2-3-1 e os jogadores se uniram ainda mais. A Seleção ficou "cascuda" e embalou para o ouro.

Há, entretanto, que se reconhecer o planejamento que deu certo. A preparação para a Olimpíada de 2016 começou dois anos atrás, em setembro de 2014. No total,  foram 17 partidas na preparação (12 vitórias, três empates e duas derrotas), algo nunca antes feito. O resultado também foi inédito. E dourado.

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