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A taça do mundo é nossa! Há 60 anos, Brasil conquistava seu 1º Mundial

No dia 29 de junho de 1958, Pelé, Garrincha, Didi e cia. goleavam a Suécia por 5 a 2 e davam fim ao 'complexo de vira-latas'; relembre campanha e o jogo final

Gylmar, Garrincha, Nilton Santos e Pelé comemoram o título mundial de 58, na Suécia 
(Foto: Reprodução)

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No dia 29 de junho de 1958, o futebol brasileiro mudou de patamar aos olhos do mundo. Há exatos 60 anos, uma equipe 'dos sonhos' conquistava a Copa do Mundo na Suécia, o primeiro troféu do país na competição. Foi 'o ano em que o mundo descobriu o Brasil', para tomar emprestado título de série documental sobre a campanha dirigido por José Carlos Asbeg. 

Na final, goleada sobre a Suécia por 5 a 2 no estádio Rasunda, em Solna, cidade localizada na região metropolitana de Estocolmo, a capital sueca. Algumas imagens se tornaram símbolo da partida. A começar por Didi conduzindo placidamente a bola para o meio de campo após o gol sueco que abriu o marcador. O Príncipe Etíope caminhou tranquilamente, sem desespero, como se soubesse o bom destino que aguardava a Seleção. A equipe, que fizera a campanha de amarelo, teve que usar azul na final e o fato foi usado por Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação, como sinal de esperança: a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil.

Pelé, então com 17 anos, fez um gol de placa, repetido até hoje pela beleza: matou lançamento no peito, de costas para um marcador, girou e deu o chapéu no seguinte antes de concluir de primeira. O camisa 10 balançou as redes duas vezes diante dos suecos, assim como Vavá. O outro foi de Zagallo. 

A campanha até chegar à final teve um ponto de inflexão. Após fazer 3 a 0 na Áustria, na estreia, a Seleção empatou por 0 a 0 com a Inglaterra e ficou pressionada. Há versões conflitantes, mas prevalece a de que jogadores com perfil de liderança, como Didi e Nilton Santos, reuniram-se com o técnico Vicente Feola e lhe sugeriram a escalação da dupla Pelé e Garrincha, até então na reserva. Contra os soviéticos, eles brilharam e não saíram mais. Os dois gols foram assinalados por Vavá, mas a atuação dos craques foi o diferencial. 

Nas quartas de final, triunfo suado por 1 a 0 sobre País de Gales com o primeiro gol de Pelé em Copas. E foi um golaço! Na semifinal, 5 a 2 sobre a França, do artilheiro just Fontaine (fez 13 gols no torneio sueco, marca até hoje não superada). E a repetição do placar diante dos anfitriões foi coroada com o troféu Jules Rimet. A glória vinha oito anos depois do Maracanazo, perda do título de 50 para o Uruguai, uma tragédia nacional. E dava termo do "complexo de vira-latas", expressão cunhada pelo dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues para definir o sentimento de inferioridade que ele julgava acometer os brasileiros e os impedia de chegar ao título. 

FICHA TÉCNICA

SUÉCIA 2 X 5 BRASIL
Data:
29/6/1958
Local: Estádio Rasunda, em Solna (SUE)
Público: 41.737
Árbitro: Maurice Guigue (FRA)
Gols: Liedholm (4'/1ºT - 1x0), Vavá (9'/1ºT - 1x1), Vavá (32¹/1ºT - 1x2), Pelé (10'/2ºT - 1x3), Zagallo (23'/2ºT - 1x4), Simonsson (35'/2ºT - 2x4) e Pelé (45'/2ºT - 2x5 - 2x5).

SUÉCIA: Svensson, Bergmark, Parling, Gustavsson, Axbom, Börjesson, Green, Liedholm, Hamrin, Skoglund e Simonsson. Técnico: George Raynor

BRASIL: Gilmar, Djalma Santos, Orlando, Bellini, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Zagallo, Vavá e Pelé. Técnico: Vicente Feola

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