Tetra 25 anos: Parreira e seus atletas comentam influência do título na carreira e sensação de erguer a taça
Treinador e seus comandados falaram sobre a emocionante final contra a Itália no dia 17 de julho de 1994. No Rose Bowl, o Brasil venceu os europeus por 3 a 2 nas penalidades
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Após 20 anos de jejum, no dia 17 de junho de 1994, a Seleção Brasileira levantou o seu quarto título de Copa do Mundo. A final foi histórica. Um empate, em 0 a 0, levou a partida para a disputa de pênaltis. Romário, Branco e Dunga marcaram para o Brasil, enquanto Márcio Santos desperdiçou. Baresi perdeu para a Itália, mas quem sentiu o peso do vice foi Roberto Baggio, que chutou para fora a última penalidade e até hoje é relembrado como herói para o povo brasileiro. O título teve uma grande influência na carreira dos jogadores que levantaram o Tetra. Branco, Márcio Santos, Jorginho e Parreira contaram ao LANCE! o peso e a emoção dessa conquista em suas carreiras.
- O momento em que a gente se reúne, após a disputa de pênaltis e levanta o troféu é muito especial. Você para e pensa "Nós somos campeões do Mundo, marcamos nosso nome na história do futebol". O Parreira subia e descia o palanque várias vezes, olhava pra gente e falava "É verdade! Pode acreditar!". Era muito tempo de jejum e finalmente conquistamos aquele título - relembra Jorginho.
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O ÁPICE
Essa foi a primeira vez que o Brasil decidiu um título de Copa em disputa de pênaltis. O pênalti perdido por Roberto Baggio vive até hoje na memória de muitos brasileiros, que não esquecem a emocionante conquista e o fato de tirar o fardo do jejum de 24 anos e de campanhas anteriores frustrantes. Branco participou das duas edições anteriores à 94 e disse que o título foi o "ápice" de sua carreira.
- Muda tudo, porque o ápice de um atleta é ser campeão mundial. São coisas que são importantes no histórico da nossa vida. Não só na minha, mas nas dos meus colegas também e dos outros que foram campeões do mundo nesses cinco títulos do Brasil. Ter essa chancela é para poucos. A gente tem que agradecer a todos e a tudo que fez com que chegássemos a esse título mundial. À Deus, que deu essa estrela para nós. É muito gratificante, pois aonde você vai todo mundo te chama de campeão do mundo - pontuou o ex-lateral.
NA DEFENSIVA
Um dos trunfos daquela conquista foi a solidez defensiva. A Seleção sofreu apenas três gols em toda a competição. Entre as campanhas de título do Brasil em Copas, essa foi a que menos foi vazada. Conhecida como uma das principais equipes da história do futebol, a Seleção Brasileira na Copa de 1970 sofreu sete gols. Em 1994, a "falta" de glamour chegou a ser uma crítica. Titular em todas as partidas, o zagueiro Márcio Santos valorizou a defesa e ressaltou o que mudou em sua carreira após o título.
- Mudou da água para o vinho (a carreira). O fato da Seleção ter tido destaque na zaga - em outras Copas não teve, era sempre do meio para frente -, as pessoas não esquecem. Sempre que eu chego em qualquer ambiente as pessoas elogiam muito. Isso é legal. Porque não só o ataque, mas também a defesa fez diferença nessa Copa do Mundo. É muito gratificante.
OS MÉRITOS
A Copa de 1994 bateu recordes de público. Segundo cálculos da Fifa, uma plateia acumulada de 31 bilhões de pessoas assistiram aos 52 jogos da competição. A fatia brasileira dos espectadores presentes nos Estados Unidos torciam para um vitória para quebrar um jejum. A campanha ruim em 1990 aumentava a pressão. Para o treinador Carlos Alberto Parreira, os jogadores foram o diferencial da conquista.
- O time foi muito equilibrado e consistente em todos os jogos, tivemos muita autoridade. Os jogos em que vencemos por 1 a 0 contra EUA e Suécia que parecem foi no sufoco e não foi. Se pararmos pra ver, entrou apenas uma bola, mas poderiam ter entrado três, quatro. A Seleção teve esse equilíbrio durante a Copa inteira e acho que isso foi o mais importante. Claro que uma final de Copa você quer decidir logo e não quer que vá para a prorrogação e para os pênaltis, mas o jogo contra a Itália foi dificílimo, o time deles era incrível, e foi literalmente um jogo de xadrez, onde se você perder um gol, você pode perder a Copa. Não tem um momento em si, acho que todo o conjunto da obra foi muito importante - frisou.
PRESSÃO PELO TÍTULO
- O mais difícil foi lidar com essa pressão desde o início. Eram críticas avassaladoras e a gente não entendia o porque disso já que o trabalho estava apenas começando e se desenvolvendo. Ainda bem que tínhamos uma comissão técnica experiente de outras Copas que soube segurar essa onda, juntamente com os jogadores que já tinham passado por desconfiança, por muitas críticas, pela Copa de 90 e tinham sido dados com a carreira internacional encerrada. Essa união, a experiência e o comprometimento foram importantes para não nos abalar emocionalmente e superar essa pressão - completou Parreira.
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