ANÁLISE: Vasco demonstra entrega em campo, mas falta de comando fora dele impede que o time tenha sucesso

Comandado por um interino, Cruz-Maltino mostra ousadia na escalação, mas é pouco para superar a crise instaurada no clube

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O Vasco em campo é o reflexo do que é o Vasco fora dele (Divulgação/Cruzeiro)

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O Vasco foi ousado contra o Cruzeiro, mas a coragem não mudou a rotina de derrotas do time, principalmente em São Januário, local de quatro derrotas neste Brasileirão. O técnico interino William Batista escalou uma equipe ofensiva, com Marlon Gomes de primeiro volante, Mateus Carvalho de meia, Serginho e Orellano de pontas, e Gabriel Pec e Erick Marcus de atacantes. No entanto a ofensividade não se traduziu em oportunidades.

Apesar da presença no campo de ataque, o Vasco conseguiu acertar o gol apenas uma única vez em nove tentativas. Pouco, muito pouco para quem precisa urgentemente vencer e somar pontos para escapar do rebaixamento. Já o Cruzeiro por exemplo chutou no alvo cinco vezes, errando a meta apenas em duas ocasiões.

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Em compensação, mesmo com um time leve e cheio de atacantes, o Vasco mostrou muita luta e intensidade na busca pela bola. O Cruz-Maltino teve mais desarmes que o Cruzeiro, muitos feitos no campo de ataque. Esse dado indica que não faltou entrega, tanto dos jogadores, como de William Batista, que foi posto em uma fogueira e mesmo assim conseguiu em três jogos o mesmo número de pontos que Maurício Barbieri conseguiu em 10 rodadas: três.

Isso reflete o maior e o principal problema do Vasco, que é a falta de comando. Luiz Mello é o responsável pela SAF, Paulo Bracks responde pelo futebol, mas as decisões precisam ser tomadas com o aval de pessoas que estão a 6.717 e 9.272 quilômetros, distância do Rio de Janeiro para Miami e Londres, onde ficam as sedes da 777 Partners e 777 Football Group, respectivamente.

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É necessário senso de urgência dos donos do Vasco, mas também uma certa autonomia dos dirigentes que estão aqui e absorvem toda a pressão por parte dos torcedores. A culpa do Vasco por não ter técnico há 17 dias recai diretamente sob os ombros de Luiz Mello e Paulo Bracks, que evidentemente possuem sangue nas mãos, apesar de não terem a autorização para apertarem o gatilho.

Ainda há tempo e jogos para o Vasco conseguir evitar o quinto rebaixamento. O acaso se mostrou estar do lado do clube, já que o Cruz-Maltino volta a campo apenas no dia 23, contra o Athletico-PR, em São Januário, devido ao adiamento da partida contra o América-MG, que seria disputado no próximo final de semana. Paulo Bracks prometeu um novo treinador e reforços, já Luiz Mello afirmou que o Vasco terá a "visita de pessoas da 777", indicativo de que a promessa, enfim, pode ser cumprida.

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