Entenda o orçamento do Vasco e as estratégias para a próxima janela de transferências
Atrasos em pagamentos causam incertezas, mas a promessa é de que reforços chegarão, porém não aos montes como ocorreu no início do ano
O torcedor do Vasco está bastante preocupado com o momento da equipe. Sem vencer há seis jogos, o Cruz-Maltino está na zona de rebaixamento, o que motivou protestos nos últimos dias. Os principais alvos dos manifestantes foram Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners, os dirigentes Luiz Mello, Paulo Bracks e Abel Braga, e o técnico Maurício Barbieri. Nenhum jogador foi citado nominalmente, mas o time foi lembrado em uma faixa que o chamava de "frouxo".
O elenco tem se mostrado insuficiente para disputar o Campeonato Brasileiro sem sustos. A esperança está na abertura da próxima janela de transferências, que possibilitará a chegada de reforços a partir do dia 3 de julho. Nesta data, o Brasileirão estará na 13ª rodada. Portanto, o Vasco terá que jogar com o que tem por mais seis jogos até que se faça contratações. A promessa é de que o grupo será qualificado, porém sem o mesmo investimento feito anteriormente.
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O próximo aporte da 777 Partners, de R$ 120 milhões, está previsto para setembro, mas parte desse valor será antecipado e utilizado para realizar contratações. A estratégia para essa janela de transferências será diferente da anterior, quando se comprometeu R$ 110 milhões na compra de jogadores, muitos deles adquiridos de forma parcelada, comprometendo o investimento que está por vir.
Do valor que será antecipado, cerca de R$ 20 milhões deverão ser usados na compra de direitos econômicos e luvas, que é uma remuneração paga ao jogador na assinatura do contrato. O foco portanto estará em atletas que ficarão livres no meio do ano. Para conseguir trazê-los, o Vasco pretende oferecer bons salários. Atualmente a folha gira em torno de R$ 8 milhões por mês e a tendência é de que aumente para R$ 10 milhões.
A título de curiosidade, o maior salário do elenco do Vasco não ultrapassa R$ 500 mil. Nesta faixa, poderiam chegar quatro jogadores. As prioridades são um primeiro volante, um meia-armador, um ponta-esquerda e um centroavante.
Sobra do aporte
O restante será utilizado para pagar e amortizar algumas dívidas e manter o fluxo de caixa. Isso está sendo um problema do Vasco, que não está conseguindo honrar os compromissos assumidos com as contratações de jogadores. O Cruz-Maltino está devendo parcelas a clubes e comissões para empresários. A diretoria tem priorizado manter os salários em dia e espera quitar os atrasados o quanto antes.
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Esse problema de fluxo de caixa se explica pela receita do Vasco, que ainda é insuficiente para pagar a folha salarial, os custos operacionais com os CTs Moacyr Barbosa e da base, sede administrativa, manutenção e aluguel de São Januário, dívidas e mais contratações de jogadores. As despesas são maiores do que a arrecadação do Vasco por mês, algo em torno de R$ 10 milhões.
- R$ 2,2 milhões com o programa de sócio-torcedor
- R$ 1 milhão com bilheteria
- R$ 3 milhões em cotas de TV
- R$ 3 milhões com patrocínios
- R$ 500 mil com venda de produtos licenciados
O entendimento é de que o equilíbrio financeiro vai se normalizar com o aumento da receita, que está ligada diretamente com o planejamento esportivo. Até lá, o Vasco ainda vai ser dependente dos aportes financeiros. Para 2024 está previsto um investimento de R$ 270 milhões. O último aporte vai acontecer em 2025, no valor de R$ 120 milhões.