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Há esperança e o Vasco tem margem para evoluir. Mas também piorar

Primeiro tempo do jogo contra o Botafogo mostrou que, dentro de campo, nem tudo está perdido. Mas atrasos nos pagamentos e turbilhão político minam o ambiente do clube

Treino - Vasco
imagem cameraVasco tenta trabalhar e evoluir, em campo, alheio aos problemas que se empilham (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 02/06/2019
19:10
Atualizado em 03/06/2019
07:40

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O primeiro tempo do Vasco, neste domingo, deu esperança para o torcedor. Para um time e clube com tantos problemas, organização, neutralização do adversário, ideias claras de atacar pelos lados e, desta forma, conseguir colocar uma bola na trave são de se ressaltar. Passaram a impressão de que as coisas podem melhorar. E podem mesmo. Muito. Mas os fatos que se aproximam também indicam a possibilidade de piora no cenário cruz-maltino.

As coisas podem melhorar porque, além dos sinais positivos, há jogadores importantes a voltar: Fernando Miguel e Leandro Castan, por exemplo. Bruno César é o maior talento criativo no meio-campo, e pode entrar no time mais adiante. Valdívia é outro que pode acrescentar ao time de Vanderlei Luxemburgo, pelo que já mostrou na carreira.

Taticamente, Luxemburgo foi claro: embora prefira um time mais talentoso, o momento do Gigante da Colina é de controlar o setor central com três volantes. E que, quando as vitórias voltarem, o time, mais confiante, poderá jogar mais livre, mais confiante. Aliás, parece faltar confiança, por exemplo, a Lucas Mineiro, que tão bem já atuou neste ano.

- Vamos cair sempre nisso. Você começou a pergunta dizendo que o time jogou bem com três volantes... se eu entro com Valdívia por trás, iam falar "está maluco". Se for perceber, Marcos Júnior e Andrey trocaram passes por trás (do meia Yan Sasse) - analisou o treinador, após o clássico, ao ser questionado sobre as decisões tomadas.

Todavia, tudo o que não há no Vasco é um ambiente propício à evolução. Assim tem sido há algumas décadas, se intensificou nos últimos dez anos e está mais latente nos tempos atuais. Os três meses de salários atrasados, que poderiam se configurar nesta quarta-feira, já foram evitados, mas somente porque parte dos vencimentos, e dos jogadores, foram pagos na última sexta-feira.

Mas o cenário financeiro imediato está longe de estar confortável. Apesar de o segundo semestre incluir maiores receitas oriundas de direitos de televisão, a situação ainda é perigosa. E o ambiente de São Januário não é ruim apenas pelos atrasos salariais, como se fosse pouco. O turbilhão político vascaíno terá capítulos importantes na semana que começa.

Nesta segunda-feira, o Conselho Deliberativo se reúne e, pelo que apontam os acontecimentos mais recentes, deve aprovar a abertura de uma sindicância para apurar atos do presidente do clube, Alexandre Campello. A denúncia é de que o mandatário tenha causado prejuízo de R$ 4 milhões à instituição por, supostamente, não ter honrado acordos judiciais. O presidente nega.

Em meio a tudo isso, a gestão de Campello tenta aprovar a tomada de um empréstimo para minimizar os problemas financeiros do Vasco. A depender do volume do montante, dificilmente a oposição vai topar.

E assim caminha o Vasco, tentando o que se mostra quase impossível: não misturar os problemas externos com as dificuldades que se apresentam nas quatro linhas. Parece natural que, quanto menos problemas de ordem política ou financeira, maior a chance de o elenco conseguir se concentrar na evolução técnica no Campeonato Brasileiro.

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