Euriquinho pede unidade política no Vasco e explica defesa a Campello
Em entrevista à "Fox Sports", filho do ex-presidente Eurico Miranda reclamou sobre a constante guerra na política do clube
A reunião no Conselho Deliberativo do Vasco na noite da última segunda-feira marcou duas vitórias do presidente Alexandre Campello. Uma delas foi a não abertura da sindicância contra o mandatário, que contou com participação essencial de Eurico Brandão, o Euriquinho. Após o discurso, alguns conselheiros mudaram os votos. Foram 105 contrários e 97 a favor. Em entrevista à "Fox Sports", o filho do ex-presidente Eurico Miranda falou sobre a decisão de apoiar Campello.
- O Vasco tem uma política constante, não apenas de três em três anos. Ficam constantemente tentando derrubar um ao outro e o clube não caminha. Sei da dificuldade de se fazer futebol e o quanto a estabilidade política influencia nisso. Tentei proteger o Vasco e o time. A situação é gravíssima. Me coloquei em uma posição de ser atacado, é uma gestão que está sofrendo críticas, e talvez eu seja cobrado no final. Mas quando temos convicção, temos que encarar o desafio. Mudei alguns votos e tentei convencer de que era o melhor caminho. O destino da política tem que ser definido de três em três anos - disse.
Euriquinho deixou claro no discurso que fez que "não tem um mínimo de carinho" pelo atual mandatário vascaíno, mas que, no entendimento dele, não se poderia derrubar um presidente sem haver solução para o clube.
- Se as pessoas não sentarem e se entenderem, é sombrio. Há 20 anos se vive uma guerra, perseguem e sem ter um plano de como resolver. Todos sabem que a situação é gravíssima, que deve milhões e é difícil recuperar. Não adianta assumir o clube e ficar reclamando. Enquanto não se unirem e entenderem que a situação é gravíssima e que tem que ter um plano responsável, não adianta. Ficam culpando o anterior. Ninguém tem um plano razoável.
- É difícil conseguir convencer o torcedor que é necessário dar um passo atrás para dar dois a frente. E em algum momento o Vasco vai precisar fazer isso. Não se consegue mais acompanhar o investimento dos outros. Acho que a dívida é pagável. Quando se fala em uma dívida de R$ 600 milhões e receita de R$ 300 milhões, consegue. Em seis anos, talvez. As mudanças de gestão e de rumos atrapalham. É necessário que as pessoas se unam com uma definição certa e coerente do que se precisa fazer em anos para arrumar o futuro do clube. Sofri muito como vice-presidente de futebol, a falta de unidade política desestabiliza os atletas. Funcionários ficam com medo de perder emprego, empresários que também tem medo, patrocinadores, outros clubes - falou.
Por fim, Euriquinho afirmou que não pensa em se candidatar para a presidência do clube neste momento. Eurico Miranda morreu no último mês de março, pouco mais de um ano após ser determinante na eleição de Alexandre Campello à presidência do Vasco.
- Hoje eu não penso nisso. Faço parte de um grupo de jovens que vive o clube, conheço muito bem, apesar de algumas pessoas não admitirem isso. Tenho 40 anos de Vasco, acho que posso contribuir politicamente, mas sem ser o presidente. Meu pai foi o maior articulador político do futebol brasileiro. Ao longo do tempo, a política gera um desgaste grande e o Vasco mergulhou no desgaste por ambição pelo poder. Sem ter condições ou um plano. Quando o Eurico saiu e 2008, quem assumiu não tinha um plano para melhorar a gestão. Assumiram só para tirar ele e isso foi negativo para a condição do clube. O Vasco teve unidade política por muitos anos, tanto que teve conquistas nos anos 90. Mas ele não conseguiu recuperar isso quando voltou - completou.
Com a palavra, Euriquinho. Ele bate naqueles que pedem a abertura da sindicância. Diz que é difícil negociar com um processo político em aberto #lanceVAS pic.twitter.com/rJg4RmEmYm
— Luiza Sá (@luizasabg) June 4, 2019