Vasco exalta sucesso da ação contra homofobia e transfobia no exterior e divulga números do engajamento
Gigante da Colina voltou a escrever um bonito capítulo de sua luta contra os preconceitos e a defesa das causas sociais. Em campo, a comemoração de Cano repercutiu no mundo
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O Vasco voltou a escrever um bonito capítulo de sua luta contra os preconceitos e a defesa das causas sociais. Na vitória contra o Brusque, a equipe entrou em campo com um uniforme que representou a campanha pelo Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+. Em campo, uma cena ganhou o mundo e coroou esse momento histórico: a comemoração de Cano ao erguer a bandeirinha com as cores do arco-íris.
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Um cena emblemática do principal jogador do time em um clube historicamente conhecido por sua luta. No Diário Olé, da Argentina, a comemoração do artilheiro ganhou destaque, com o jogador abraçado pelo compatriota Martín Sarrafiore e pelo paraguaio Matías Galarza. ao erguer um símbolo de resistência e representatividade, Cano mostrava sensibilidade e marcava um golaço também fora de campo.
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Em entrevista ao site oficial do clube carioca, o fotógrafo do Vasco, Rafael Ribeiro, que registrou o momento comentou sobre a foto ter sido veiculada em periódicos do mundo todo. Ele disse que recebeu muitas mensagens desde que postou a foto no jogo contra a equipe catarinense, no último domingo.
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– Na hora, eu nem imaginei o peso que teria essa foto, mesmo tendo pensado nisso por dias. Quando a enviei para postagem, já me parabenizaram e, assim que foi postada, recebi mais de 500 mensagens de apoio e felicitações. Recebi ligações, menções nos principais canais esportivos em seus programas, postagens em jornais impressos, links de postagens pelo mundo, muitas mensagens de torcedores de outros clubes – disse o fotógrafo cruz-maltino.
Durante o final de semana, e a segunda-feira, dia Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, o Gigante da Colina promoveu diversas ações contra a homofobia e transfobia. Além do uniforme, que esgotou antes mesmo do jogo começar, o clube divulgou um Manifesto de Respeito e Diversidade, e convidou clubes, atletas, torcedores, dirigentes, federações e a sociedade a repensarem seus posicionamentos.
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A repercussão foi positiva e ganhou destaque também fora do âmbito esportivo. Ela recebeu apoio de famosos vascaínos como o humorista Fábio Porchat, da cantora e compositora Teresa Cristina e dos carnavalescos Milton Cunha e Leandro Vieira, atualmente na Mangueira e no Império Serrano.
De acordo com os números apresentados pelo Vasco, o engajamento das publicações geraram quase 20 milhões de alcance, considerando diversas plataformas como Facebook, Instagram e Twitter. Ela também foi elogiada pelos próprios jogadores, e do técnico Marcelo Cabo.
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Vale destacar que os uniformes utilizados na vitória contra o Brusque serão leiloados e o valor será revertido para a instituição Casa Nem, um centro de acolhimento que abriga pessoas LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual e +) em situação de vulnerabilidade social. Sobre a camisa, ela terá um novo lote de vendas após ter esgotado rapidamente e ser um sucesso nas redes sociais.
Manifesto do Vasco contra a homofobia e transfobia no esporte brasileiro
O mundo dos esportes não é um espaço que aceite as mudanças com facilidade e leveza. Pudera: o esporte é um reflexo da sociedade que o rodeia e, portanto, reproduz seus estereótipos e práticas, seus valores e preconceitos. Reproduz, enfim, sua inércia.
Mesmo assim, a sociedade muda. E, como reflexo da sociedade em transformação, o futebol também não se mantem imune às suas mudanças. Mas o esporte tem o dever de ir além: o futebol, particularmente, é uma inspiração comum a diversas gerações e deve fazer parte das transformações sociais, rumo a uma sociedade melhor e mais justa.
A homofobia e a transfobia são alguns dos mais graves problemas do nosso tempo e o esporte ainda é, infelizmente, um de seus espaços de mais forte reprodução. O Vasco da Gama assume para si a responsabilidade de se posicionar diante do tema, sem defender aquilo que é cômodo, mas sim aquilo que é correto. O clube será um parceiro daqueles que lutam contra o preconceito relacionado à orientação sexual ou à identidade de gênero de quem quer que seja.
Estamos conscientes de que uma parte das mudanças acontece dentro de nossos próprios muros. Mas estamos dispostos a nos engajar na construção de um Vasco melhor, que reflita o mundo que queremos ver para o futuro próximo: com respeito e dignidade, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero.
Ser parte da mudança – e não do problema – não é simples, já que exige uma mudança de nós mesmos. O Vasco convida clubes, atletas, torcedores, dirigentes, federações e sociedade para um compromisso conjunto de debate acerca da homofobia e da transfobia.
O Vasco de 1923 não aceitou o racismo, naturalizado no século anterior.
O Vasco do século XXI se nega a aceitar a homofobia e a transfobia que marcaram o século XX.
Mudemos juntos. O caminho é longo, mas o Vasco dará tantos passos quantos forem necessários neste debate, indispensável ao mundo atual.
Independente da sua orientação sexual ou identidade de gênero, somos todos iguais. O Vasco da Gama nasceu como o time de todos e continuará sendo.
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