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Em nome do pai: conheça a torcedora do Fluminense que, para homenagear quem ama, colocou o Vasco na pele

A professora de educação física Sarah Gomes tatuou as coordenadas de São Januário para eternizar Neilton Ferreira da Silva, fanático pelo Cruz-Maltino e morto em 2018

Sarah Gomes
imagem cameraSarah Gomes tatuou as coordenadas da Colina Histórica junto à data de nascimento do pai (Arquivo pessoal)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 18/01/2021
21:04
Atualizado em 19/01/2021
07:30

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Existem limites para o amor pelo seu clube de coração? Qual a dimensão do amor à sua família. No caso de Sarah Gomes, as histórias se cruzam. A professora de educação física de 30 anos torce pelo Fluminense com a mesma paixão que o pai torcia pelo Vasco. E quando Neilton Ferreira da Silva morreu, em 2018, a homenagem se deu em forma de tatuagem. Na pele, as coordenadas de um local tantas vezes visitado pelo homenageado: o estádio de São Januário.

No bíceps do braço esquerdo estão a latitude e a longitude do local junto à data de nascimento de Nei, como era conhecido. Na memória, a saudade. Ambos eternizados da forma rara que o futebol proporciona.

- Meu pai amava samba, futebol, mas a única coisa que me vinha na cabeça era o Vasco. Mas como eu, tricolor doente, tatuaria algo do Vasco em mim? Um dia eu vi na página de uma amiga que é tatuadora uma tatuagem de coordenadas geográficas. Pensei que seria legal porque o desenho tem a ver com as tatuagens que eu já tinha, teria um significado enorme e não seria nada tão explícito que se trata de outro time - revelou, ao LANCE!.

Sarah é a caçula de três irmãos. Todos herdaram de Nei a paixão pelo esporte bretão, mas nenhum seguiu a Cruz de Malta. Além da tricolor, dois mais velhos, flamenguistas. O que não fez do fanático vascaíno menos ligado às obrigações enquanto torcedor do Vasco. Cada um com sua prioridade.

- Tenho um amigo que ele (Nei) levava aos jogos. Fiz questão de mostrar para ele a tatuagem, e ele falou: "É isso! O Nei era o Vasco!". Quanto tinha jogo, ele deixava de ir em festa de família, deixava de ir à igreja e nem dava migué. "Ah, aniversário de fulano? Tem jogo do Vasco. Eu posso chegar depois". Ele é a pessoa mais vascaína que eu já conheci na vida - garantiu.

Um infarto fulminante abreviou a vida de Neilton, 68 anos pouco depois do início da última Copa do Mundo. Uma existência e um legado de futebol deixado aos herdeiros, e um amor pelo Vasco capaz de contagiar até... quem amava ele, mas tinha outro clube no coração.

- Lembro da reação dele quando o Vasco foi campeão da Copa do Brasil (2011). Ele estava muito pilhado porque o jogo foi muito pegado. Mas foi tão legal vê-lo feliz e ansioso com um possível título que eu fiquei nervosa com ele e por ele. Foi uma experiência marcante - Sarah recordou, antes de completar:

- Em 2014, o Vasco ia subir para primeira divisão, mas meu pai foi no último jogo e passou mal de emoção, foi parar no hospital porque a pressão subiu. Depois encontrou comigo e meus irmãos numa night com a camisa do Vasco mesmo. Estava com a mesma roupa do jogo e disse que não trocaria tão cedo - revela a filha.

Fluminense. Vasco. São Januário. Tatuagem. Saudade.

Futebol.

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