Pedrinho detalha dificuldade financeira do Vasco associativo: “Recebi um clube desfigurado financeiramente”
Principal receita do clube associativo vem do sócio estatuário
Depois de 60 dias de gestão à frente do Vasco associativo, o presidente Pedrinho concedeu entrevista coletiva na última quarta-feira (27), em São Januário, e falou sobre a crise financeira e a dívida milionária que encontrou ao assumir o clube em fevereiro.
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O dirigente comentou sobre as dificuldades para honrar os compromissos do associativo, e como as dívidas impactaram nos projetos incentivados para outros esportes como o Basquete de base, Beach Soccer e Futsal.
"Foi dito formalmente pela gestão passada que as dívidas teriam sido equacionadas. Quando a gente assume, a gente toma conhecimento que nós não teríamos as Certidões Negativas de Débitos (CNDs) . Pausamos o basquete de base porque eu fui comunicado que nós teríamos um custo, só que eu não posso admitir, através de um projeto financeiro que fizemos, que a gente comece a fazer de forma imediata, o que fizeram durante muito tempo, tirar dinheiro para pagar o mês, isso não faz parte do planejamento. Nós preferimos dar pausa, mas é uma forma responsável para a gente não causar nenhum dano financeiro ao Vasco associativo."
O presidente citou o tamanho da dívida deixada por gestões anteriores e revelou que o próprio abriu mão de receber dívidas do clube após tomar conhecimento da situação financeira. Pedrinho comentou que tem um planejamento financeiro, mas a falta de receita dificulta o processo para a estabilidade financeira.
"Eu já sabia que não ia encontrar o clube do jeito que deveria estar, em relação a instituição. Nesses 40/50 anos, o Vasco acumulou uma dívida de mais de 700 milhões, no qual a minha gestão não fez 1 real dessa dívida. Inclusive, dentro dessa dívida, eu tinha uma dívida para receber de um valor considerável que eu abri mão de receber vendo o estado financeiro do clube associativo."
Como o Vasco SAF, hoje, comanda o futebol, não restou muitas fontes de receita para o associativo. Pedrinho comenta que maior parte das receitas, vem do sócio estatuário.
"Hoje a nossa receita é muito limitada, nosso potencial é só do sócio estatuário, nossa receita principal, todas as outras receitas não são nossas. As pessoas acham que "vendeu um jogador, e 30% do dinheiro entra para o associativo." Não, a gente só vai ver o dinheiro se tiver lucro no final da temporada."
Ao fim da coletiva, o Vice-Presidente de Finanças do Vasco, Silvio Andrade, deu detalhes de como anda o dia a dia no financeiro do clube.
"A gente conseguiu, pela primeira vez, pagar (os salários) um dia antes, foi um pedido do presidente. É uma situação difícil, a gente hoje tem uma dependência muita grande, principalmente das duas receitas que a gente recebe da SAF, o aluguel de São Januário e os royalties. A gente está ajustando, tanto as despesas, quanto buscar novas receitas." - e completou:
"A gente recebeu o clube com um caixa que era insuficiente até para pagar a primeira folha, conseguimos. (...) Agora é algo que a gente vai precisar construir. Sem novas receitas, especialmente do sócio estatutário, além de projetos incentivados que infelizmente não dependem só da gente. Infelizmente vamos ter que ficar o ano inteiro nessa guerrilha para conseguir honrar os nossos compromissos."
Ciente da dificuldade para manter os projetos de incentivo para os demais esportes, Pedrinho fez um pedido para os torcedores ao fim da coletiva.
"Faço o pedido para que o torcedor seja sócio estatutário, vai ajudar o clube a sair de uma situação difícil. Isso parte muito de não termos as certidões (CNDs), que fique claro. Temos muito projetos e isso atrapalhou o andamento."