Vasco vive tarde de afirmação da torcida no Maracanã, mas vê frustração e vaias a Maurício Souza
Torcedores distribuíram cartazes e adesivos antes da partida e fizeram uma bonita festa, mas time não correspondeu no campo
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O jogo no Maracanã começou bem antes de o Vasco entrar em campo no empate por 0 a 0 com o Sport, no domingo. Apesar do clima de frustração após a partida, os mais de 60 mil vascaínos que estiveram no estádio viveram tarde principalmente de afirmação diante do imbróglio que quase impediu que o confronto acontecesse no principal estádio do Rio de Janeiro. Se dentro do campo o time não correspondeu, fora, os cruz-maltinos novamente deram show e tentaram mostrar que também pertencem ao local.
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Antes do jogo, adesivos e cartazes foram distribuídos aos torcedores que chegavam. O recado era claro: Maracanã como a casa de todos, provocações a Flamengo e Fluminense indicando que são síndicos e não donos do estádio e uma alfinetada no veto à faixa que dizia "respeito, igualdade e inclusão". Durante a partida, diversas vezes subiu o canto de "o Maraca é nosso".
Mas a festa não se traduziu em gols. Sem Nene, o time até começou bem no primeiro tempo e criou chances, mas teve muita dificuldade de finalizar no alvo. O descontentamento era evidente em um tenso Maracanã que esperava uma retomada depois da derrota na última rodada. Não veio. E sobrou para o técnico Maurício Souza, vaiado após o apito final.
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Torcedores do Vasco estão distribuindo esses papéis aqui perto das entradas. O segundo é uma referência à faixa que o clube pediu para colocar vetada pelo consórcio com o acréscimo de “botequim”, que foi como o Flamengo definiu a tese na Justiça para o jogo rolar #lanceMARACANA pic.twitter.com/LjRWidMhz8
— Luiza Sá (@luizasabg) July 3, 2022
Vaias ao final da partida e xingamentos a Maurício Souza #lanceMARACANA pic.twitter.com/6hxRXG6hiC
— Luiza Sá (@luizasabg) July 3, 2022
A LINHA DO TEMPO
O primeiro pedido para jogar no estádio foi em 15 de junho. Sete dias depois, o consórcio negou a solicitação justificando que o gramado ficaria prejudicado, uma vez que o Fluminense enfrentou o Corinthians no último sábado no local. No dia 24, apesar da tentativa do Cruz-Maltino para reconsideração, nova negativa, o que fez o Vasco acionar o Flamengo judicialmente para derrubar o veto.
Coube ao Governo do Rio de Janeiro em 25 de junho exigir que a partida acontecesse no estádio. A defesa do Flamengo considerou que a tese para tentar a liberação do Maracanã é baseada em uma "lógica de conversa de botequim". Na réplica, o Cruz-Maltino reforçou a obrigação contratual da isonomia no tratamento aos clubes do Rio. Depois de ter a decisão favorável pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o Vasco iniciou a venda de ingressos no dia 28, esgotando a carga seis horas depois da abertura.
No dia 29, a CBF acatou a decisão da Justiça e confirmou a partida no Maracanã. O Flamengo ainda tentou mudar isso em segunda instância, mas novamente o pedido foi negado dois dias antes do confronto. O fato de todos os ingressos já terem sido vendidos pesou, algo que incomodou, por exemplo, ao Fluminense. O presidente Mário Bittencourt reclamou da postura vascaína no caso. A relação entre os três clubes ficou estremecida.
E O GRAMADO?
Depois do jogo do Fluminense menos de 24 horas antes, o gramado do Maracanã apresentou claros sinais de desgaste. Esse era o maior argumento utilizado pela dupla Fla-Flu para tentar impedir o jogo de acontecer no estádio. Isso porque o campo passou por uma reforma ao final da última temporada e os dois precisaram mandar partidas em outros locais enquanto não ficava pronto.
Mesmo com a expectativa de resistir a 70 jogos e a mudança para a grama de inverno, já é possível observar problemas. O temor, como disse o presidente Mário Bittencourt, é que, assim como em outros anos, fosse necessária uma nova manutenção, obrigando Flamengo e Fluminense a jogarem longe de casa.
- Não podemos nos esconder no gramado. Temos que empenhar nosso jogo, mas realmente o gramado não estava naquela qualidade. Isso não é desculpa, a gente deveria ter saído com os três pontos - disse Gabriel Pec após o jogo.
- Sem dúvida nenhuma as pessoas mais importantes para responder são os jogadores. Se o Pec falou que o gramado não estava em condições ideais, quem sou eu para dizer o contrário. Já vi o Maracanã em estados piores. Acho que estava apto para a prática do jogo, mas sem dúvida nenhuma o gramado do Maracanã é uma história longa. Eu fico com a opinião do Pec. De onde eu estava, eu não senti o gramado atrapalhar tanto - afirmou Maurício Souza.
Com o resultado e dois jogos sem vencer, o Vasco continua em segundo lugar com 31 pontos, seis a menos do que o líder Cruzeiro. Na próxima rodada, o Cruz-Maltino visita o Criciúma no sábado, às 16h30.
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