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ANÁLISE: No adeus de Carli, Botafogo esbarra na falta de precisão e deixa escapar a vaga direta para oitavas da Sul-Americana

Equipe de Luís Castro domina boa parte do duelo no Niltão, mas esbarra na falta de pontaria

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imagem cameraTiquinho Soares lutou muito, mas não conseguiu estufar a rede (Foto: Vitor Silva / Botafogo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 30/06/2023
06:00
Atualizado em 30/06/2023
02:45

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Por mais que os ânimos nas arquibancadas estivessem exaltados devido à incógnita sobre o futuro de Luís Castro, o Botafogo chegou a dar esperança de que faria uma apresentação de qualidade diante do Magallanes. Porém, assim como aconteceu em outras oportunidades, o Alvinegro não aproveitou seu amplo domínio e viu a falta de poder de decisão complicar seu caminho ao ceder o empate em 1 a 1 à esforçada equipe chilena no Nilton Santos, em duelo pela Copa Sul-Americana.

Por maior que tenha sido sua imposição em boa parte do jogo, a dificuldade de acertar a meta do goleiro Gastón Rodríguez acabou "forçando" o Glorioso a encarar o Patronato em um playoff classificatório para as oitavas de final da competição. A noite significativa para o clube, devido à despedida de Joel Carli dos gramados, teve um gosto amargo para os planos alvinegros.

MUITO DOMÍNIO, MAS... FALTAVAM GOLS

Botafogo x Magallanes
Marlon Freitas celebra o gol pelo Botafogo, seu primeiro pelo clube (Foto: Vítor Silva/Botafogo

O Botafogo tinha facilidade para dominar o meio de campo e trocar passes perante um adversário que se mostrava inofensivo. Referência no meio, Eduardo pavimentava o caminho e distribuía jogadas para Gustavo Sauer, Victor Sá e Tiquinho Soares. O camisa 33 teve visão de jogo ao notar o avanço de Marlon Freitas e, após ser acionado, apenas tabelar para o volante marcar seu primeiro gol pelo Alvinegro.

Com postura aguerrida, os comandados de Luís Castro mantinham-se à frente e encontravam espaços para criar. Tiquinho, Sauer, Rafael e Adryelson finalizavam e a sensação era de que o segundo gol se tornaria uma questão de tempo. Mas a pontaria continuava a causar dores de cabeça em um momento no qual a equipe precisava de uma boa vantagem para assegurar a vaga diretamente sem ter de "secar" a LDU.

Mesmo com as chances perdidas, o entusiasmo chegou a prosseguir após o intervalo. Desta vez, Tiquinho Soares assumiu a missão de acionar os colegas e mostrou desenvoltura ao encontrar colegas como Júnior Santos e Tchê Tchê com liberdade. Mas a bola sempre passava próximo da meta de Rodríguez.

ALVINEGRO COMEÇA A TITUBEAR...

Tchê Tchê Botafogo x Magallanes
Tchê Tchê tenta se livrar da marcação de Thomas Jones (Foto: Vitor Silva / Botafogo)

Aos poucos, porém, a partida que se mostrava fácil foi ganhando um traço desafiador. A marcação pelas pontas se mostrou mais frouxa e permitiu uma investida de Magallanes. Em um clarão na defesa botafoguense, Thomas Jones carimbou a trave de Lucas Perri. Enquanto isso, a LDU ampliava sua vantagem sobre o Universidad César Vallejo e assumia a dianteira do Grupo A.

PECADO CAPITAL

MARLON FREITAS BOTAFOGO MAGALLANES
Marlon Freitas, o autor do gol e que acabou expulso do jogo (Foto: Vitor Silva / Botafogo)

A falta de precisão ficou ainda mais significativa aos 21 minutos. Responsável por ter aberto o placar, Marlon Freitas foi afobado ao levantar o pé em uma dividida com Aránguiz e acertou a cabeça do camisa 10 do Magallanes. O meio-campista recebeu o cartão vermelho e deixou a equipe ainda mais oscilante.

O Botafogo sentiu o baque e, desconjuntado, não conseguia deslanchar rumo ao ataque. Luis Henrique e Júnior Santos eram tímidos em campo. Enquanto isso, Lucas Perri trabalhava para conter o avanço de Souper e Adryelson se desdobrava para salvar investidas.

Os alvinegros se fechavam como podiam. Só que a conta da desatenção veio de maneira cruel. Uma trapalhada no meio de campo expôs a desorganização defensiva da equipe e deu margem para Zapata partir livre de marcação para igualar o placar. Àquela altura, a LDU abria 3 a 0.

NOITE DE REVERÊNCIA E LUTA PARA ÍDOLO

BOTAFOGO X MAGALLANES - Joel Carli
Joel Carli: cerca de 15 minutos em campo e última parada digna de sua abnegação (Foto: Jorge Rodrigues/Agif/Gazeta Press)

Luís Castro tentou revigorar o Botafogo, e contou com a ajuda de quem durante oito anos não fugiu à luta com a camisa do clube. Reverenciado por Marlon Freitas após o gol alvinegro na etapa inicial, Joel Carli entrou em cena para seus últimos momentos como jogador. Com direito a uma ovação digna do que fez pelo clube.

Aos 42 minutos, o argentino entrou em campo no lugar de Adryelson. Em seus últimos minutos como jogador, se abnegou em campo: foi para a área e deu passe que Luis Henrique concluiu de letra para fora. Também desdobrou-se para fechar os espaços na defesa e manter os botafoguenses na briga pela vitória. Do gramado, viu Tiquinho e Luis Henrique terem novas oportunidades e se atrapalharem na pontaria. Nos 15 minutos que esteve em campo, Carli se esmerou, mas não evitou que o Botafogo tropeçasse.

De qualquer forma, deixou em campo suas lições e se emocionou ao se despedir dos gramados. O veterano passou de vez o bastão para a atual geração.

O Botafogo fica com as lembranças deixadas pelo "Capitán" e com um alerta. O playoff contra o Patronato será decisivo para as pretensões alvinegras na Copa Sul-Americana. E uma equipe que consegue atingir tamanho domínio em campo pode deixar sua vaga escapar se fizer conclusões de maneira atabalhoada.

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