Especial 95: Siga o caminho rumo à taça na visão de Túlio Maravilha
Artilheiro da camisa 7 detalha em entrevista ao LANCE! os principais momentos de adversidade e glória que marcaram a trajetória do Botafogo há 20 anos
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Vitória no Maracanã, empate no Pacaembu - ambos diante do Santos - seguidos de retorno ao Rio de Janeiro com título na bagagem e festa de mudar as regras do aeroporto. Todo botafoguense sabe de cór o roteiro final do Campeonato Brasileiro de 1995, façanha que completa 20 anos nesta quinta-feira (17). Só que, para chegar até a decisão com o Peixe, foi necessário superar outros obstáculos dentro de campo.
Começo
A trajetória que culminou em taça teve início em Salvador. E parecia que seria uma estreia com o pé direito. Jamir e Túlio abriram a contagem no Barradão, contra o Vitória. Porém, os baianos chegaram ao empate e o Alvinegro voltou para casa com um ponto meio amargou, embora válido de comemoração.
- Fiz um dos gols e foi um dos mais bonitos daquele ano. Era (um resultado) bom porque estávamos jogando fora de casa e o Vitória vinha de uma boa campanha no estadual - afirma Túlio, que havia marcado o primeiro de seus 23 gols no certame daquele sábado, 19 de agosto.
Momentos adversos
Quase dois meses depois, ainda no primeiro turno (penúltima rodada) e também na condição de visitante, o Botafogo teve o seu mais árduo compromisso. Em Minas Gerais, no duelo com o Cruzeiro, o time de Paulo Autuori chegou a estar perdendo por 2 a 0 no Mineirão, virou e sofreu a virada. Um revés de 5 a 3 que reforçou as dificuldades da caminhada.
- Eles mostraram uma regularidade muito boa e, na fase inicial, ganharam da gente por 5 a 3. Era uma das equipes mais difíceis de ser batida naquele ano. Acredito que (o mais difícil) foi o Cruzeiro, apesar de não ter chegado na final, mas na semifinal mostrou um equilíbrio muito grande - considera o ex-artilheiro da camisa 7 alvinegra, que aponta um oponente específico, enfrentado antes da partida com a Raposa, como responsável pelo maior "trauma" do Glorioso na competição.
- A partida que a gente achou que não iria chegar (ao título) foi contra o Palmeiras, em Presidente Prudente, onde jogamos bem, mas não conseguimos a vitória (foi 2 a 1 para o adversário). O Palmeiras era o grande favorito daquele ano - recorda.
Confiança revigorada
De fato, o time montado pela Parmalat e dirigido na ocasião por Carlos Alberto Silva exigia respeito. Era o atual bicampeão brasileiro e paulista, sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo. No entanto, nada como um triunfo sobre um rival, três rodada depois, para renovar a confiança do grupo.
- O (jogo) do Flamengo, lá nos Castelão, onde ganhamos de 3 a 1. Jogamos de forma convincente, bonita. Aquele jogo foi o pontapé para chegarmos ao título - destaca o goleador.
O confronto com o Rubro-Negro foi justamente o que antecedeu a derrota para o Cruzeiro. Os mineiros, entretanto, reencontraram Túlio, Donizete e companhia nas semifinais. Com duas igualdades, os cariocas avançaram para escrever as últimas páginas da temporada. No segundo jogo da decisão contra o Santos, o "artilheiro maravilha" fabricou sua principal obra.
- Lá no Pacaembu. Aquele foi o gol que marcou minha história no clube e a do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Foi inesquecível - aponta Túlio.
Retorno ao Rio
A volta à Cidade Maravilhosa foi marcada pelos "exageros". Com passageiros acima da capacidade permitida, o avião botafoguense encontrou o espaço para pouso fora dos padrões e das normas de segurança. Era alvinegro para todos os lados da pista.
- Lembro disso. Foi uma coisa inusitada. Acho que nunca mais vai acontecer isso. Paramos no meio da pista. Tinha que ir direto para o carro do corpo de bombeiro para começar a carreata. Caso contrário, os torcedores estavam até hoje em cima do avião - frisa Túlio Maravilha.
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