LANCE! Espresso: Clubes x CBF: a hora da libertação chegou?
Se levada a sério, a nova liga pode ser fundamental para o futuro do futebol brasileiro
Mais uma vez, os clubes brasileiros sinalizam um grito de independência em relação à CBF. Reportagem do 'ge' revelou ontem um documento assinado por 19 das 20 equipes que integram a Série A (só o Sport, cujo presidente renunciou ontem, não assinou) concordando em fundar uma liga independente para organizar o Campeonato Brasileiro, hoje um torneio de total responsabilidade da entidade.
A intenção do grupo é lançar a nova competição já em 2022. Há entraves naturais, como o próprio estatuto da CBF, amarrado para manter a situação atual. Um dos artigos prevê que qualquer mudança neste sentido precisa ter o aval das federações estaduais em uma assembleia geral formada pelas próprias federações.
As negociações partilhadas para os direitos de transmissão também são um enrosco que precisa de um acordo coletivo que hoje inexiste. Mas é notório também que a CBF poucas vezes esteve tão fragilizada quanto agora, com o presidente Rogério Caboclo afastado depois de acusações de assédio sexual e moral. E que os clubes precisam reagir rápido para estancar os duros efeitos financeiros provocados pela pandemia.
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Ao sinalizar a intenção de abrir uma distância maior da CBF e de sua credibilidade destruída, o grupo manda um aviso importante. Se levada a sério, e não servir apenas como forma de terem maior poder nos bastidores da CBF, a nova liga pode ser fundamental para o futuro do futebol brasileiro, valorizando o produto como um todo e, quem sabe, abrindo as portas para uma discussão mais profunda sobre a diminuição da importância dos estaduais e adequação de um calendário que hoje é caótico e só compromete o que se vê em campo. A hora da libertação chegou.
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