Anfitriã e contando com o apoio da torcida, a Rússia terá pela frente - e talvez, como principal pedra no sapato - o Uruguai, que ficou na segunda colocação da Eliminatória da América do Sul. A equipe da casa, que encabeça o Grupo A, vai enfrentar ainda Arábia Saudita e Egito, na briga para chegar às oitavas de final.
A estreia da Rússia acontecerá diante da Arábia Saudita, no dia 14/6, enquanto, no dia 15, o Egito encara o Uruguai.
A segunda rodada do grupo será realizada no dia 19 e a última, no dia 25.
VEJA A ANÁLISE DO GRUPO A
RÚSSIA
Longe de encantar
Anfitriã, a Rússia é a grande incógnita da Copa do Mundo. Como já tinha a vaga assegurada, ficou realizando vários amistosos nos últimos anos, se preparando para fazer bonito na Copa das Confederações, em junho passado. Na competição prévia do Mundial, caiu na fase de grupos, mostrando um jogo que não encantou.
O sinal vermelho foi aceso e o treinador Stanislav Cherchesov pediu jogos contra seleções de ponta para trabalhar ao máximo o elenco e definir seu time titular. Ele tem uma base definida, mas ainda não fechada. Os seus últimos amistosos(empates com Irã e Espanha e derrota para a Argentina, no finzinho, todos em casa) mostram que a seleção está evoluindo, mas longe, muito longe de encantar e se colocar como favorita.
ARÁBIA SAUDITA
Sem estrangeiros
A Arábia terminou as Eliminatórias à frente do enfraquecido Japão e aproveitando a irregularidade de Austrália e dos Emirados. Ganhava em casa e perdia fora (um empate como visitante contra a Austrália foi vital para a classificação). O mérito para a vaga sem sustos foi a manutenção da base.
Mas é um time de desconhecidos, nenhum jogador atuando fora da Arábia e o time sendo formado basicamente por atletas de três equipes: Al Nasr, Al Hilal e Al Ahli, incluindo Al Sahlawi, que dividiu a artilharia das Eliminatórias com o iraniano Azmoun (mas nove destes gols foram na 1 fase, cinco no 10 a 0 contra a Palestina). Tem também Al Abid, considerado o melhor cobrador de pênaltis da Ásia. Mas o time é fraco, demitiu Bauza após três jogos e contratou Pizzi, que fracassou com o Chile. Nada indica vida longa.
EGITO
Salah, Salah
Após bater na trave tantas vezes (é potência africana, mas só jogou duas Copas, em 1934 e 1990), o Egito acabou com o jejum de 28 anos longe dos Mundiais e confirmou presença na Rússia. O jogo da classificação foi o da penúltima rodada: em casa, contra o Congo, com um gol de Salah, de pênalti, nos acréscimos (2 a 1). Salah, aliás, é corpo e alma do time. O único a quem o técnico argentino Hector Cúper dá liberdade em campo para fazer o que quiser. E ele decide.
As quatro vitórias na fase de grupos que a seleção teve saíram com gols seus (incluindo os dois sobre o Congo). Não por acaso ele é considerado o melhor jogador africano da atualidade. E o faz por merecer, pois também se destaca intensamente no ataque do Liverpool.
URUGUAI
Nos pés dos goleadores?
O Uruguai qualificou-se para a Rússia sem maiores percalços, fazendo ótimo turno (chegou a liderar as Eliminatórias) e, embora tenha sido irregular no returno (duas vitórias em nove rodadas), administrou bem a vantagem, terminando atrás apenas do Brasil. O sucesso se deve muito a Cavani, artilheiro das Eliminatórias Sul-americanas com dez gols. Suárez viveu extremos. Tornou-se o maior goleador em Eliminatórias da América do Sul, mas marcou apenas cinco vezes, teve suspensões e até jejum de gol de um ano (que acabou na última rodada, contra a Bolívia).
O treinador Oscar Tabárez (desde 2010 no cargo) segue apostando nos seus dois goleadores e ainda tem dúvidas na escalação, principalmente nas laterais e sobre quem será o 10 (Cebolla ou Arrascaeta).