Copa do Mundo: Campos de futebol no Qatar receberam tecnologia especial
Gramados da Copa no Qatar são refrigerados e recebem cuidados há três meses
- Matéria
- Mais Notícias
Para a Copa do Mundo do Qatar, o preparo dos gramados dos oito estádios que recebem as seleções começaram três meses antes do início da competição, quando os responsáveis pelo preparo deram o pontapé inicial aos trabalhos para imitar o inverno, já que a alta temperatura nesta época do ano - podendo chegar a 40 graus em algumas regiões do país - poderia danificá-los.
A equipe responsável por esses cuidados manteve em ótimo estado 144 campos verdes por meio de um sistema que libera ar gelado através de bicos diretamente no gramado. Além disso, foram transportados anualmente 140 toneladas de sementes de grama dos Estados Unidos em aeronaves climatizadas.
Relacionadas
É estimado que cada campo precise de 10 mil litros de água dessalinizada diariamente. No verão, são 50 mil litros. Para se ter ideia da preocupação das autoridades, uma reserva de grama de 420 mil metros quadrados, equivalente a 40 campos de futebol, está sendo cultivada em uma fazenda ao norte de Doha.
- As condições climáticas, juntamente com o nível de critérios de desempenho que estabelecemos para nós mesmos, tornam extremamente desafiador desenvolver o produto de que precisamos. Mas conseguimos - disse Haitham Al Shareef, engenheiro civil sudanês que trabalha nos campos do Qatar desde 2007.
Assim como em todo o mundo, são considerados inúmeros critérios para a instalação de um gramado, como a área onde o estádio foi construído, umidade do solo, processo de drenagem e até mesmo o tipo de grama que será plantada. Além desses procedimentos, o gramado deve ser podado frequentemente com máquinas modernas, sempre mantidas na mesma altura para o perfeito nivelamento.
- Estudos dizem que as lesões que mais agravam o jogador são os estiramentos musculares, torções articulares e a rupturas de ligamento de joelho. Sempre lembramos do calendário extenso do futebol, que é tão debatido, mas uma personagem fundamental em toda esta discussão é a qualidade da grama. Afinal, ao ver um jogo, percebemos que um gramado em condições ruins atrapalha as equipes até em fundamentos básicos como passes, domínio de bola e finalizações; entretanto os danos podem ser muito maiores para os atletas, vários deles tendo suas carreiras comprometidas para o resto da vida. Por isso, afirmo que a qualidade da grama deve ser vista como investimento, pensando não apenas no foco desportivo, mas sim na saúde de todos envolvidos - comentou Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro.
No Brasil, um dos estádios considerados referência quando o assunto é grama é o Internacional. Anualmente, o estádio Beira-Rio é elogiado por técnicos e atletas como o melhor gramado natural para se jogar.
- Diariamente tem manejos de corte, adubação, controle de pragas, manejos corretivos especialmente a parte de nivelamento de campo e a iluminação artificial, que vai de Abril a Outubro que fazemos o rodízio. A nossa grama base é a Bermuda Tifgrand, uma grama para clima mais quente. Além disso, temos duas reformas anuais, a de verão que é quando termina as competições e a de inverno que fazemos alguma parada ou janela entre os jogos para plantio de semente - explicou Victor Grunberg, vice-presidente de administração e patrimônio do clube.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias