O meia Gerson prestou depoimento, na manhã desta terça-feira, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) sobre a acusação de injúria racial ao jogador Índio Ramírez, do Bahia. Após depor, o atleta se pronunciou em vídeo divulgado nas redes sociais do Flamengo e destacou a importância de dar voz à população negra.
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- Estou aqui na delegacia, vim falar sobre o ocorrido. Quero deixar bem claro que não vim aqui só para falar por mim. Vim para falar pela minha filha, que é negra, meus sobrinhos, meu pai, minha mãe, meus amigos e por todos os negros do mundo. Hoje, graças a Deus, eu tenho um status de jogador de futebol, onde eu tenho voz ativa para poder falar e dar força para que outras pessoas, que também sofrem racismo ou outro tipo de preconceito, possam falar também.
Gerson acusa o colombiano Ramírez de ter dito "Cala a boca, negro" durante a partida entre Flamengo e Bahia, no último domingo, no Maracanã, vencida pelo Rubro-Negro por 4 a 3. Vice-presidente geral do clube, Rodrigo Dunshee esteve na delegacia para assessorar o atleta e também comentou o caso.
- O Flamengo está aqui junto com o Gerson, como está sempre junto de todos os atletas, apoiando esse momento. O Gerson cumpriu o seu papel de cidadão, apresentou a apresentação e agora a questão está entregue à Justiça. E a gente espera que a justiça seja feita.
Na segunda-feira, a delegada Marcia Noeli informou que Ramírez, o técnico Mano Menezes e o árbitro Flavio Rodrigues de Souza também darão depoimento sobre o ocorrido.
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Em vídeo divulgado nas redes sociais do Bahia na noite de segunda-feira, o colombiano de 23 anos negou ter cometido qualquer ato racista na partida contra o Flamengo e afirmou ter dito "joga rápido, irmão" no momento que se inicia a confusão.