Ambiente especial, crescimento com Odair e boa relação interna: ao L!, Nino exalta o Fluminense
Zagueiro analisa cenário da Seleção Brasileira nos Jogos, revela influência de Thiago Silva e cita o que faltou para o título do Campeonato Carioca
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Quando Nino chegou ao Fluminense em março de 2019, ele se emocionou e se definiu como um jogador de "entrega, raça e vontade". Pouco mais de um ano depois, o zagueiro provou o valor ao clube, que, mesmo em dificuldade financeira, realizou a transação para adquirir 60% dos direitos econômicos do jogador por R$ 5 milhões. Atualmente, o defensor é um dos mais queridos da torcida e titular absoluto do técnico Odair Hellmann. Além da própria dedicação, o atleta atribui o desenvolvimento também ao bom ambiente que vive no Tricolor.
- O ambiente é maravilhoso. Eu acredito que o clima que temos aqui é realmente especial e ouço isso dos jogadores mais experientes que já rodaram bastante e passaram por muita coisa no futebol. Todo mundo sabe a hora da descontração e a hora de trabalhar duro, dentro de campo é sempre um pelo outro e todos pelo Fluminense - disse Nino, em entrevista exclusiva ao LANCE!.
Há alguns anos o Fluminense luta contra os problemas financeiros. Neste ano, apesar da pandemia da Covid-19, o clube conseguiu quitar o que devia e atualmente tem apenas a dívida de 50% do mês de abril, acordado para ser pago até o fim do ano. Nino elogiou a postura do presidente Mário Bittencourt e garantiu que esse tipo de questão fica fora das quatro linhas.
- A gente costuma deixar isso fora de campo. Todo mundo quer receber em dia, mas sabemos do esforço da direção para cumprir com todos os compromissos. O presidente sempre foi muito transparente e correto com todos nós, acho que por isso a coisa caminha bem - comentou o zagueiro, antes de falar sobre o posicionamento do Fluminense pela cautela na retomada das partidas.
- O Mário sempre foi muito transparente e buscou conciliar as necessidades do clube com as nossas necessidades, procurou sempre saber nossa opinião. Entendo que o objetivo do presidente era nos proteger, bem como todos os funcionários e nossas famílias. Particularmente, acredito que o retorno foi precipitado, mas isso já passou e o campeonato foi finalizado em campo - completou.
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Mesmo que ainda não tenha caído nas graças da torcida, Odair Hellmann parece ser unanimidade no grupo do Fluminense. Tratado como "Papito" pelos jogadores, o comandante foi elogiado por Nino. O zagueiro só fez a primeira partida pelo Tricolor neste ano em 26 de fevereiro, contra o Moto Club, pela Copa do Brasil, pois estava com a Seleção Brasileira. Por isso, demorou mais do que os companheiros para conhecer o novo treinador. Nino soma 61 jogos e dois gols na passagem pelas Laranjeiras.
- Eu conheci o Odair depois do restante do grupo porque estava no pré-olímpico na Colômbia, mas logo deu para perceber que é uma pessoa muito correta, muito querido pelo grupo. Trabalhar com ele tem agregado ao meu jogo, sigo sempre aprendendo e acho que o time como um todo está evoluindo. Ainda é início de trabalho, é muito difícil fazer uma avaliação com essa paralisação toda. Acredito que a tendência é o time melhorar cada vez mais - afirmou.
Zagueiro de Seleção
Aos 23 anos, Nino tem boas chances de ir às Olimpíadas em Tóquio. Com o adiamento dos Jogos, ele se beneficiou da decisão da Fifa e do Comitê Olímpico Internacional (COI) de aumentar a idade limite dos convocados para 24 anos. Com um cenário ainda indefinido por conta da pandemia, ele falou sobre a expectativa pelo evento.
- Não dá para dizer se o adiamento foi bom ou ruim, a gente só vai saber daqui a um ano, quando olhar para trás. De minha parte, tenho que fazer o meu melhor no dia a dia. Se continuar trabalhando bem no Fluminense, tenho certeza que estarei pronto para fazer parte do grupo que vai aos Jogos.
Titular durante todo o Pré-Olímpico em janeiro, Nino ficou fora da última convocação de André Jardine para a Data Fifa que ocorreria em março. Por conta da pandemia, as partidas acabaram não acontecendo. O jogador foi chamado pela primeira vez justamente para a competição que classificou a Seleção aos Jogos. Sem conseguir a liberação de alguns jogadores que atuam na Europa, o treinador optou por alguns novos atletas, incluindo o zagueiro tricolor.
Veja outras respostas de Nino:
Você foi um dos jogadores que acabou se lesionando no meio da maratona de jogos do Carioca. Acha que o físico foi o que pesou mais para a derrota nas duas partidas da decisão do Estadual? Ou teve também um desgaste mental?
Eu acabei me machucando em um lance bobo, de treino, e graças a Deus não foi nada grave. Todo mundo sabia que era um risco fazer uma sequência de jogos depois de tanto tempo de inatividade, tanto que na Europa a gente também viu um número alto de lesões, mas não acho que essa situação tenha especificamente influenciado nas finais. Influenciou nessa retomada como um todo. Nós, com menos tempo para treinar, sofremos como todos sofreram.
Quando foi apresentado no Fluminense você disse que chegava "para somar". Hoje é um dos mais importantes do elenco e um dos que mais cresceu nesse período. Como tem sido essa passagem pelo Flu?
Fico muito feliz e sou muito grato por todo esse crescimento que vem acontecendo comigo dentro do clube. Vestir essa camisa já foi a realização de um sonho, mas a partir daquele momento as metas vem sendo sempre atualizadas. Meu pensamento continua sendo o de ajudar o grupo e para isso trabalho muito para estar sempre pronto para jogar no mais alto nível sempre.
Tem algum jogador que você se inspira? Seja no Fluminense ou no futebol mundial.
Vários jogadores servem como inspiração. Um que eu gosto de citar é o Thiago Silva, tive a oportunidade de conhecê-lo ano passado e pude falar isso para ele. Busco aprender observando os melhores e mais experientes.
Muitos jogadores preferem não se posicionar sobre os mais variados assuntos que podem ser polêmicos. Por que você e o elenco avaliaram que seria importante falar e publicar aquele manifesto contrário ao retorno do Carioca, além de outras declarações que deram nesse período falando da insegurança de voltar a jogar?
Não acho que teve polêmica nesse episódio, a ideia era tornar público o que pensávamos sobre o retorno. A ideia surgiu entre nós mesmos, e acho que foi importante, até para respaldar as ações da direção.
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