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Fluminense diz seguir contra retorno, mas acatará decisão do STJD e quer jogar no Nilton Santos

Tricolor terá os dez dias de preparação que queria e entrará em campo no próximo domingo pelo Campeonato Carioca

Mário Bittencourt - Fluminense
imagem cameraMário Bittencourt esteve no CT na terça-feira (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 23/06/2020
17:56
Atualizado em 23/06/2020
20:39

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O Fluminense considerou, dentro do possível, uma vitória o adiamento da reestreia no Campeonato Carioca para o dia 28 de junho e acatará a decisão no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Mesmo não sendo ideal, a nova data acabará dando ao clube o período de dez dias que a diretoria queria para a preparação antes de entrar em campo. Em nota oficial, o Tricolor afirmou que segue contra o retorno do futebol, mesmo aceitando voltar, e destacou a "falta de sensibilidade" pelo prejuízo esportivo caso a equipe decidisse não atuar.

- É preciso deixar claro que o retorno do futebol neste momento é um erro. Nenhum clube deveria ser submetido à obrigatoriedade de jogar e ao risco de ser punido desportiva e financeiramente em meio ao estado de calamidade pública. A falta de sensibilidade manifestada pela maioria dos clubes do Rio de Janeiro, bem como por sua representação da FERJ, demonstra falta de entendimento sobre o papel social do futebol. Não são apenas nossos jogadores e profissionais que estarão expostos à contaminação, mas as milhões de crianças e jovens que serão influenciadas pela excitação que uma partida do time do coração pode causar. O futebol tem caráter exemplar. Ninguém deveria dirigir um clube de futebol ou a federação de clubes sem ter plena consciência disso - diz a nota.

Os jogadores retornaram aos treinos presenciais na última sexta-feira. Com a mudança do protocolo da Ferj, que anteriormente exigia 48 horas de concentração antes dos jogos, o Flu ganhou um dia a mais para treinar. Assim, terá nove no total, além das mais de 24 horas de descanso antes da partida.

Um fator que ainda não foi definido é o local. A partida contra o Volta Redonda, pela 4ª rodada da Taça Rio, às 19h, está prevista para o Maracanã. O Fluminense tenta alterar o local para o Estádio Nilton Santos. Entretanto, o Botafogo jogará no local às 11h do mesmo dia. Pensando em todo protocolo de higienização, ainda não se sabe se será possível.

- A partir das datas definidas na decisão desta tarde, consultamos o nosso Departamento Médico, Comissão Técnica, equipe de preparação física e de Fisiologia. Fomos informados que, após as avaliações físicas feitas no primeiro dia de treino, e pelo fato de que não será mais obrigatória a concentração de 48 horas prevista no protocolo (revogada pela FERJ já na rodada de retorno), os jogadores terão a condição física mínima requerida para retornar à competição no dia 28 de junho. O Fluminense requisitará à FERJ que as partidas sejam realizadas no Estádio Nilton Santos, para que não joguemos ao lado do hospital de campanha no momento em que a taxa de óbitos segue alta no Rio de Janeiro - afirma outro trecho da nota.

O presidente Mário Bittencourt afirmou considerar um desrespeito jogar ao lado do hospital de campanha montado no Maracanã. Por isso, o clube não considerava a hipótese de mandar as partidas lá e tentaria jogar na casa do Botafogo ou em São Januário. No estádio do Vasco, porém, também não será possível, já que o Cruz-Maltino joga no domingo, às 16h, contra o Macaé.

Veja a nota completa:

"O Fluminense Football Club acatará a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva determinando que os jogos sejam realizados a partir do dia 28 de junho. Dito isso, é preciso deixar claro que o retorno do futebol neste momento é um erro. Nenhum clube deveria ser submetido à obrigatoriedade de jogar e ao risco de ser punido desportiva e financeiramente em meio ao estado de calamidade pública.

A falta de sensibilidade manifestada pela maioria dos clubes do Rio de Janeiro, bem como por sua representação da FERJ, demonstra falta de entendimento sobre o papel social do futebol. Não são apenas nossos jogadores e profissionais que estarão expostos à contaminação, mas as milhões de crianças e jovens que serão influenciadas pela excitação que uma partida do time do coração pode causar. O futebol tem caráter exemplar. Ninguém deveria dirigir um clube de futebol ou a federação de clubes sem ter plena consciência disso.

Jogaremos sim, em respeito à decisão da Justiça Desportiva. Entendemos também que para os clubes de menor aporte financeiro, voltar aos campos é uma questão de sobrevivência. O Fluminense compreende o fato de que nenhum clube existe sozinho. O futebol profissional é uma engrenagem complexa e dispendiosa. Um clube não pode simplesmente deixar de cumprir seus compromissos, desde que, por óbvio, tenha o mínimo de segurança para seus atletas, funcionários e torcedores. O que não justifica atitudes individuais de dirigentes e clubes pois, como já dito, não existe futebol sem o conjunto de clubes.

A partir das datas definidas na decisão desta tarde, consultamos o nosso Departamento Médico, Comissão Técnica, equipe de preparação física e de Fisiologia. Fomos informados que, após as avaliações físicas feitas no primeiro dia de treino, e pelo fato de que não será mais obrigatória a concentração de 48 horas prevista no protocolo (revogada pela FERJ já na rodada de retorno), os jogadores terão a condição física mínima requerida para retornar à competição no dia 28 de junho.

O Fluminense requisitará à FERJ que as partidas sejam realizadas no Estádio Nilton Santos, para que não joguemos ao lado do hospital de campanha no momento em que a taxa de óbitos segue alta no Rio de Janeiro"

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