CPI das apostas: tio de Paquetá será investigado após pedido de Romário
Senador solicitou que o suspeito seja investigado pela Polícia Federal e Ministério Público

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Enquanto Lucas Paquetá aguarda o julgamento na Inglaterra sobre seu suposto envolvimento em um esquema de apostas no país, a Justiça brasileira também avança no processo de investigações do caso através da CPI das Apostas. Nesta quinta-feira (19), a comissão do Senado acatou o pedido do senador Romário (PL) para que a Polícia Federal e o Ministério Público investigam tio do jogador.
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Seis dos sete senadores envolvidos na CPI das apostas votaram a favor da inclusão de Bruno Tolentino na investigação. A solicitação do ex-jogador foi feita porque há um entendimento por parte dos senadores de que o tio de Paquetá se beneficiou diretamente dos cartões tomados pelo jogador em jogos do West Ham, clube que defende na Inglaterra.
- Aqueles que têm que pagar pelos seus erros, pelos seus atos em relação à corrupção, com certeza espero que os órgãos competentes façam com que essas pessoas realmente paguem por isso - declarou Romário à agência de notícias AFP.
Bruno Tolentino já esteve na bancada da CPI para ser interrogado em outubro de 2024 e ficou em silêncio. Naquele momento, a ida do investigado foi apenas para colher seu depoimento, sem que houvesse a interferência de investigações de órgãos como a PF e o MP. A sessão durou cerca de 15 minutos e quem conduziu as perguntas não respondidas foi o senador Jorge Kajuru (PSB).

Paquetá e Luiz Henrique como principais alvos
Além dos cartões levados por Paquetá, Bruno Tolentino também teria supostamente apostado e ganhado dinheiro através de punições do atacante Luiz Henrique, que defendia o Real Betis na Espanha antes de chegar ao Botafogo, e que hoje atua pelo Zenit, da Rússia.
➡️ Lucas Paquetá e Luiz Henrique voltam a ser alvos de CPI no Senado
A CPI das Apostas já passou por outras etapas para investigar supostas esquemas de manipulação de resultados e agora concentra suas ações no caso de Lucas Paquetá e Luiz Henrique. No último mês, a comissão do Senado colocou a dupla como prioridade nas investigações.
A ideia é que eles sejam convocados para depor após o fim do julgamento de Paquetá na Inglaterra, que já pode apresentar uma sentença grave ao atleta. Isso porque a Federação Inglera (FA) pede o banimento do jogador do West Ham do futebol, o que o impediria de exercer profissionalmente em qualquer time do mundo.
Esquemas de aposta já renderam sanções pesadas, como banimentos que duraram uma ou duas temporadas e, em casos mais graves, podendo chegar a dez anos. Do lado da defesa do atleta, o posicionamento é neutro diante da mídia e demonstra confiança de que Paquetá não será excluído permanentemente do futebol.

Além da punição na esfera esportiva com a FA, a CPI busca esclarecimentos que podem conduzir o processo para a esfera criminal. A convocação de Paquetá foi adiada para "driblar" uma barreira imposta pela defesa do meia, que pediu para o atleta não falar com as autoridades brasileiras até que termine o julgamento na Inglaterra.
Entenda a polêmica
Segundo publicação do jornalista Lauro Jardim em fevereiro, a CPI acredita que tem materiais que reforçam as suspeitas de participação dos atletas no esquema. As provas indicariam que Lucas Paquetá forçou receber cartões amarelos em diversos jogos do West Ham, clube da Premier League que o meia defende desde 2022, e que familiares do atleta teriam sido beneficiados financeiramente ao apostar nessas estatísticas nas casas de aposta.
➡️ CPI das Apostas confirma pix a Luiz Henrique, ex-Botafogo
Além de Bruno Tolentino o irmão de Paquetá, Matheus, também é suspeito de ter sido beneficiado diretamente. Luiz Henrique se tornou suspeito por ter recebido um comprovante de pix no valor de R$ 30 mil do próprio Bruno. Segundo a CPI, o valor teria vindo de um cartão recebido pelo atacante na época de Real Betis, antes de passar pelo Botafogo.

O que diz o Senado
O presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB-GO), detalhou conversas que familiares de Lucas Paquetá tiveram sobre a manipulação dos cartões. Segundo o senador, a esposa do meia, a influenciadora Maria Eduarda Fournier, foi contra a atitude do jogador de enviar dinheiro para familiares.
- A esposa dele que falou para ele: "você ganha 4 milhões de reais por mês, esse salário é meu também, mando no seu dinheiro também, você vai parar de mandar dinheiro para parente, para tio, primo, avô, avó, mãe, pai, irmão" - detalhou Kajuru.
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Segundo o presidente da CPI, Paquetá teria alegado que só fez isso para ajudar o irmão, que passava por dificuldades financeiras. Sobre a participação de William Rogatto, Jorge Kajuru se mostrou animado com a possibilidade do apostador criminoso depor e contribuir para as investigações da comissão.
- Ele prometeu que, se pudesse fazer delação premiada, iria antecipar para nós e entregar o computador dele com tudo dos ‘tubarões’, e não só dos ‘lambaris’ - completou o senador fazendo referência que o depoimento de Rogatto poderia entregar nomes de peso envolvidos no esquema.
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