O país da bola oval, não os EUA, e sim o Brasil, possui 442 times federados e pelo menos 17 mil atletas em condições legais para disputar jogos do FA no país. Logo, o mercado nacional possui adeptos em volume suficiente para fazer campeonatos com um número de equipes que gerem uma disputa que preencha bem o calendário.
Os 17 mil jogadores de FA no Brasil mostram que a organização em prol do esporte se formatou de forma mais ágil, se compararmos com o vôlei, com 67 mil atletas federados, desde a sua profissionalização nos anos 1970. A modalidade já possui glórias esportivas em grande volume de anos e mercado consumidor consolidado.
Um outro dado sobre o Futebol Americano demonstra que o espaço para crescimento existe. Um levantamento da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) feito em 2020, indica que nosso país Brasil é o terceiro maior consumidor mundial da modalidade, ficando atrás apenas de Estados Unidos e México. São 20 milhões de pessoas que consomem o esporte.
Com dados superlativos, o incremento no consumo das equipes nacionais passa por qual modelo de conseguir atrair um público que se declara fã de FA, mas aparentemente não sabe da existência do esporte em terras tupiniquins?
Há federações organizadas em 11 estados brasileiros e vários clubes se profissionalizando, o próximo passo para fazer a “roda girar” pode ser apresentar esses dados a empresas e marcas que podem não saber que existe esse “gigante adormecido”. E, um acerto histórico entre ligas, clubes, federações para que haja consenso em ganho coletivo.
Em resposta a um questionamento da reportagem, Cris Kajiwara, presidente recém eleita da CBFA, citou que os desafios mais urgentes da sua gestão é ter um planejamento financeiro e atrair patrocinadores para fomentar o esporte e ir além do público consumidor do FA brasileiro, trazendo esses fãs do esporte para os duelos nacionais.
-Os desafios mais urgentes(da gestão), são atrair novos patrocinadores, fortalecer a Confederação, traçar um planejamento econômico- financeiro mais adequado e sustentável para a CBFA.
Com a possibilidade do Flag entrar na Olimpíada em 2028 (se o calendário dos jogos for mantido), a necessidade de se avançar na formatação de consumidores urge no FA disputado por aqui.
-Nossa prioridade para fomentar o esporte será trabalhar no desenvolvimento das categorias de base. Incentivar a prática do flag nas escolas e universidades, visto que se tornará uma modalidade olímpica em 2028. Unificação e fortalecimento das Federações e entidades representativas em todo o país.
Todavia, um plano individual da CBFA sem apoio dos clubes e ligas será suficiente para que o mercado veja o esporte de forma mais atraente?
O meio do FA no Brasil (atletas, clubes, federações, ligas) terão de encontrar um meio termo para que o esporte seja o ganhador com os novos consumidores e crescer de vez, fazendo “explodir” o potencial que existe na modalidade.