Mbappé x PSG: entenda situação que coloca jogador e clube frente a frente na Justiça
Craque cobra salários não pagos por motivo de retaliação em meio à ida ao Real Madrid

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O litígio entre Kylian Mbappé e o PSG ganhou novos tons de dramaticidade. O atleta cobra 55 milhões de euros (R$ 363,6 milhões na cotação atual) não pagos em seu último contrato na capital francesa, fez uma ameaça através de seus representantes e pode acionar a Justiça para resolver a situação.
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Abaixo, a reportagem do Lance! explica toda a situação que envolve o clube e o atleta. Um casamento que, por anos, parecia de grandes frutos e inabalável, mas que se deteriorou e chegou a um divórcio dolorido.
💍 Mbappé x PSG: a união estável
A união entre Mbappé e PSG aconteceu em 2017. No primeiro ano, por empréstimo; logo depois, o presidente Nasser Al-Khelaifi desembolsou quase R$ 700 milhões para a compra, e decretou o movimento. Um namoro, até então, quase perfeito. Como todo início.
Mas as crises começaram a acontecer. Primeiro, a pouca receptividade do craque para o fato de ter que dividir protagonismo com Messi e Neymar a partir de 2021. Depois, a sedução da grande amante: o Real Madrid. Mesmo em 2022, já havia fortes chances de um movimento, mas o craque optou por estender o vínculo por mais dois anos e aumentar o salário.

O Real, de um Florentino Pérez apaixonado - e até obcecado - por Kylian, esperou. Mbappé sabia do desejo. Desesperado, o PSG ofereceu uma renovação ainda mais valorizada e cheia de nuances, mas nada foi suficiente para segurar o craque. O acordo poderia ser ampliado até 2025: havia obrigatoriedade em caso de título de Champions, mas o fracasso não fez do tempo nem uma opção.
💔 Mbappé x PSG: a vingança na dor
Então, veio a retaliação, hoje cobrada. O valor é referente aos últimos três meses de contrato com o Paris. Segundo o jogador, a quantia, que envolve salários e bônus, não lhe foi enviada como uma forma de retaliação por parte da diretoria do clube, já que as negociações com o Real Madrid por uma saída de graça da França estavam avançadas - e vieram a se concretizar nas semanas posteriores.
As medidas jurídicas avançaram em 2024, quando a Liga de Futebol Profissional (LFP) definiu a ordenação do pagamento do Paris a Kylian. Porém, o órgão recuou e mudou de ideia, junto à Federação Francesa de Futebol (FFF), e deu o apoio ao clube. Mais recentemente, o Sindicato Nacional dos Jogadores Profissionais (UNFP) prestou solidariedade ao atacante na situação, e rechaçou a troca de posicionamento das duas outras organizações.
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Com o processo judicial aberto, a cobrança levou ao bloqueio da conta bancária do Paris Saint-Germain. A apelação dos representantes de Mbappé junto à FFF podem levar ao envolvimento da Uefa e, consequentemente, a não participação da equipe na próxima Champions League.
🗣️ Mbappé x PSG: O posicionamento dos lados
- Temos resistido por um ano para buscar uma solução pacífica para que o jogador recebesse o salário que lhe é devido, como qualquer outro trabalhador, mas isso não aconteceu. O jogador e nós optamos por manter a discrição até agora, mas é preciso reconhecer que Kylian ainda não recebeu os 55 milhões de euros que lhe são devidos. Tomamos a decisão de partir para a ofensiva; isso significa que construímos uma equipe de trabalho com especialistas em direito trabalhista, mediação, direito penal e direito civil. É preciso reconhecer que esta questão vai além da minha especialidade, que é o esporte - disparou Delphine Verheyden, advogada do craque.
- Depois de ouvir mais uma história fantástica de um universo paralelo hoje, o PSG ainda não entende por que Kylian Mbappé não leva sua disputa com seu antigo clube ao Conseil des Prud'hommes, o único tribunal com jurisdição para decidir sobre o assunto. Seus advogados argumentam que isso ocorre porque ele não é um funcionário como qualquer outro. O PSG, ao contrário, acredita que ele é um funcionário como qualquer outro e que deve respeitar os compromissos claros e reiterados, públicos e privados, que assumiu com seu empregador, embora tenha se beneficiado de vantagens sem precedentes do clube durante sete anos em Paris - devolveu o PSG.
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