Goleiro ainda sofre com racismo: ‘Temos que batalhar bastante’
Após seis meses sem clube, Aranha assina com o Joinville e relembra ataques racistas no jogo contra o Grêmio, em 2014<br>
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Vítima de racismo em um jogo entre Grêmio e Santos, em 2014, o goleiro Aranha, então atleta do Peixe, passou longos seis meses desemprego. Hoje, contratado pelo Joinville, o jogador relembra o episódio e diz acreditar que a dificuldade para recolocar-se no mercado foi por conta da repercussão do caso.
- Seria muito cruel da minha parte dizer que eu passei por esse período sem clube por causa disso, e também não posso dizer que não foi por causa disso - afirmou Aranha ao Esporte Fantástico, da Record, que terá a reportagem exibida neste sábado, às 10h15.
Após passagem pelo Palmeiras, em 2015, e um semestre inteiro sem atuar, Aranha, enfim, voltou ao futebol. Agora na equipe catarinense, o goleiro não se incomoda em falar sobre racismo e desabafa sobre o assunto.
- É um assunto que eu creio ter um bom conhecimento e não tenho problema algum, mas é algo que me acompanha desde a infância. Não só o Aranha, mas muitos outros brasileiros negros também. Só que como eu era uma pessoa pública, repercutiu. Isso acaba parecendo que é um fato isolado, mas não, isso é uma coisa normal no nosso País. Depois daquela era que tentavam embranquecer o País, achando que um País mais branco seria mais chique, mais bonito, a gente ainda pena um pouco com esse tipo de sentimento. Mas comparado com o tempo que ficou na escravidão, a gente precisa batalhar bastante ainda - declarou o goleiro.
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Relembrando o jogo contra o Grêmio, no qual foi agredido verbalmente, Aranha diz que em momento algum tentou prejudicar a equipe gaúcha, mas apenas fazer justiça perante às pessoas que o atacaram.
- Fiz valer os meus direitos naquele jogo do Grêmio. Não fiz nada mais do que isso, de maneira alguma eu quis prejudicar o Grêmio. Eu não fiz nada contra o Grêmio, nada. O que eu fiz foi contra as pessoas que cometeram um crime, que cometeram injúrias. Se eu tivesse cometido aquele tipo de crime eu também pagaria, e talvez pagaria mais caro, com dinheiro, sei lá, seria muito mais pesado do que isso, mas eu só exigi os meus direitos, nada mais do que isso - concluiu o goleiro.
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