Enquanto o Brasil negocia a formação da sua liga de clubes, as ligas do Chile e do México buscam valorizar os respectivos negócios na América Latina. Ambas as organizações se movimentam internamente e avançam em iniciativas inspiradas no modelo de gestão das principais ligas da Europa. Abaixo, o LANCE! apresenta mais detalhes.

Liga MX busca centralização dos direitos

Assim como acontece atualmente do futebol brasileiro, os clubes da Liga MX, do México, são responsáveis ​​por suas próprias vendas de direitos de transmissão. Cada equipe tem liberdade para negociar com as emissoras interessadas e fechar os acordos pelos valores que considerarem justos.

Sob gestão do advogado Mikel Arriola, no entanto, a liga mexicana começou a sugerir a adoção do modelo centralizado, que é tradicional no futebol europeu e visado no futebol brasileiro. Dentro da indústria do futebol, há o consenso que a gestão centralizada dos direitos é capaz de aumentar as receitas de transmissão dos torneios, além de proporcionar melhores práticas de governança.

- O certo é que para aprimorar o modelo de convivência dos clubes numa mesma competição, afastando o risco de traumas em temas como distribuição dos recursos entre os clubes e inserindo de vez a correta lógica de equilíbrio e mérito esportivo, só tem um caminho: a negociação centralizada com bom propósito coletivo. Foco na competição como produto esportivo e de mídia - disse Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos da Globo, ao LANCE!.

Nesta semana, a Liga MX aprovou um plano inicial que pode obrigar a centralização dos direitos de mídia de todos os 18 clubes do torneio. Ainda não foram anunciados mais detalhes sobre o projeto, mas quatro clubes já deram apoio às novas iniciativas: Atlas, Santos Laguna, Queretaro e Mazatlan.

Campeonato Chileno busca sócio na venda dos direitos

A Asociación Nacional de Fútbol Profesional (ANFP), que organiza as duas principais divisões do futebol chileno, está no mercado em busca de um investidor para comprar uma participação em seu negócio de direitos de mídia. A informação foi publicada inicialmente pela Bloomberg.

Campeonato Chileno busca investidor (Foto: Divulgação/Colo-Colo)

A ideia é vender uma participação de 20% na empresa que controla os direitos comerciais da Primera División de Chile e da Primera B. O acordo envolveria os direitos de transmissão, além de naming rights, patrocínio e direitos de licenciamento.

Este tipo de negociação se tornou comum na Europa. A empresa de private equity CVC Capital Partners, por exemplo, adquiriu participações nas subsidiárias comerciais da Ligue 1, da França, e da LaLiga da Espanha.

Na América Latina, a Liga 1, do Peru, vendeu seus direitos de mídia em setembro de 2022 para a agência 1190 Sports, que é apoiada pela 777 Partners, sócia majoritária do Vasco SAF. No ano passado, a Liga MX também iniciou conversas para vender 20% dos direitos para a empresa Apollo Global Management, mas sem sucesso.

O mesmo acontecerá no Brasil. O modelo de negócios da criação da liga brasileira inclui a venda de 20% dos direitos para um investidor. A Libra tem um acordo com o fundo Mubadala, dos Emirados Árabes, enquanto a LFF aceitou uma proposta da Serengeti e da Life Capital Partners.