Dores e incerteza acompanham Ingrid Oliveira em despedida do Pan
Após ficar em oitavo lugar na prova da plataforma 10 m em Lima, brasileira sonha apenas em se recuperar de um edema ósseo no punho esquerdo
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O esforço que vem fazendo para competir, mesmo com um edema ósseo que a atormenta desde março, foi o mesmo que Ingrid Oliveira precisou ter para não chorar diante dos repórteres que a esperavam para conversar após sua participação na prova da plataforma 10 m dos saltos ornamentais do Pan-Americano de Lima. E da mesma fora que não vem tendo sucesso nas últimas competições, o principal nome da modalidade no Brasil acabou capitulando. Uma mistura de raiva, decepção e frustração se transformaram em lágrimas na zona mista do complexo aquático de Videna na noite deste sábado.
- Saber que consegui mais de 300 pontos na eliminatória, um resultado que me colocaria na semifinal do Mundial da Coreia, me deixa muito triste. Todo mundo sabe que eu tenho condições - diz Ingrid, que imediatamente fica com a voz trêmula e os olhos cheios d’água.
Para aumentar sua tristeza, na sequência desta frase ela foi carinhosamente abraçada pela canadense Megan Benfeito, medalhista olímpica na Rio-2016 e que ficou com a medalha de ouro no Pan de Lima. As duas ficaram juntas por alguns instantes, o bastante para perceber as palavras de consolo à brasileira. Isso ainda deixou Ingrid mais triste.
- Elas sabem que eu tenho potencial e por causa desta lesão não pude dar os meus 100%. Ai que ódio - revoltou-se a saltadora brasileira.
Ao fazer uma análise de sua participação no Pan, Ingrid consegue recuperar a calma e até se mostra feliz com seu desempenho.
- Sempre me cobro demais, mas eu não estava treinando, por conta da lesão. Estou feliz por ter conseguido competir. Óbvio que não era o que eu esperava, mas estou feliz por estar aqui, por ter me superado, competindo mesmo com dor.
As dores que atormentam Ingrid Oliveira são causadas por um edema ósseo. Elas apareceram em março e foram se intensificando nos últimos meses. A ponto de impedir que a atleta conseguisse completar sua participação no Mundial de Esportes Aquáticos, em Gwangju, na Coreia do Sul. Após participar da plataforma mista, ao lado de Isaac Souza, saiu chorando da prova, com muitas dores, e acabou voltando para o Brasil.
- Esse edema não é caso para cirurgia. Mas por conta de eu não conseguir fazer a extensão completa do punho, isso acaba fazendo a diferença na hora da prova. Não consigo deixar a mão bem flexionada e isso faz com que ela escorregue - explicou.
Como agora está sendo acompanhada por um especialista de mãos, Ingrid espera que tenha uma solução rápida para o seu caso. Ela sabe que corre contra o tempo, se quiser tentar uma vaga para a Olimpíada de Tóquio.
- O médico já pediu para analisar as ressonâncias que eu fiz e já viu os laudos. Mas preciso correr para me recuperar, porque no final do ano haverá um Campeonato Brasileiro eliminatório para a Copa do Mundo em fevereiro do ano que vem, no Japão. Lá será a última tentativa para eu me classificar. São 18 vagas, então eu acho que será mais fácil pegar esta vaga - afirmou Ingrid. Em Lima, apenas a campeã da plataforma assegurava a vaga olímpica.
Na sessão noturna dos saltos ornamentais deste sábado, Luís Felipe Bonfim dos Santos e Kawan Pereira participaram da prova do trampolim sincronizado 3 m, terminando na oitava colocação, com 335,49 pontos. O ouro ficou com a dupla do México (Juan Manuel Hernandez e Yahel Huerta), que somaram 429,81 pontos.
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