Skatista brasileiro se aperfeiçoa como treinador nos EUA
Leandro Macaé aponta lições da carreira como atleta na transição para a de técnico
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Desde que o skate street foi confirmado como um dos cinco novos esportes presentes nos Jogos de Tóquio-2020, o esporte ganhou um status ainda mais profissional. De brincadeira de rua, nos anos 80, a sinônimo de rebeldia nos 90 e, por fim, a profissionalização no início do século, a modalidade tem passado por mudanças tanto na parte física quanto técnica. Um dos grandes skatistas do Brasil, Leandro Macaé, 39 anos, agora busca como treinador repassar os ensinamentos da carreira.
Ele conta que, o início da sua carreira profissional aconteceu por acaso, embora a paixão pelo skate já fosse grande desde os 11 anos de idade:
- Em 1994, recebi um flyer de uma competição através de um amigo e resolvi me aventurar viajando 180 km para cidade que eu iria competir para ver de perto como seria uma competição. Quando fui me inscrever descobri que as vagas da categoria que eu me enquadrava acabaram e só sobraram vagas na categoria amador (que antecede a categoria profissional). Competi mesmo não sabendo de regras e estratégias. Só andei por andar e por surpresa acabei ganhando minha primeira participação em campeonatos. Foi um incentivo para continuar andando.
A conquista manteve a esperança de Leandro Macaé em se tornar um skatista profissional.
- Paralelamente aos estudos, sempre andei de skate pensando em evoluir cada vez mais, também como ser humano. O skate abriu as portas para muitas oportunidades na minha vida, viajei para lugares que eu não conhecia, para estados que eu não conhecia e toda vez que eu retornava para minha cidade voltava com uma bagagem adquirida com as experiências de viagem. Através do skate consegui patrocínios e consegui realizar alguns feitos como o sonho de me formar em uma faculdade e também conhecer alguns países do mundo.
Depois de participar de campeonatos e etapas importantes como , ele resolveu retribuir ao mundo um pouco do que o skate havia lhe proporcionado em termos de crescimento pessoal e criou um projeto social que já beneficiou mais de 2 mil crianças no Brasil.
- Resolvi fazer um centro de treinamento e um projeto social. Minha intenção era passar para as crianças o valor de uma oportunidade. Eu usava temáticas que adquiria no skate para passar para a vida delas, como cair, levantar e tentar de novo.
Durante a carreira, Leandro se dividiu entre as competições e eventos no qual skatistas fazem manobras de extrema dificuldade. Uma forma de divulgação dos patrocinadores com fotos e vídeos. Em 2017, passou a competir no Circuito Brasileiro master, de cara foi campeão. Os treinos e competições, porém, o levaram a sentir uma lesão no joelho direito e ele teve de parar por alguns meses.
- Por conta da intensidade dos treinos, lesionei o joelho e resolvi fazer uma cirurgia para resolver esse problema e retornar para o skate. Operei no Brasil com um dos melhores cirurgiões de joelho do Brasil (Winston Godoi), em Curitiba. Depois, através do convite de um médico que cuida da parte de reabilitação de atletas de ponta de esportes radicais nos Estados Unidos, o Nelson Eymael, fui para lá me reabilitar e retornei em tempo recorde.
De volta ao esporte, Leandro Macaé tem como foco continuar manobrando e desempenhando o seu papel como skatista profissional. Com a experiência adquirida nos seus 28 anos andando de skate, se readequou e se tornou um dos pioneiros como técnico de skate no Brasil, já que o esporte se tornou olímpico e já tem sido sondado por alguns países para a função.
- Sigo na mesma vibe, treinando nos Estados Unidos e aproveitando cada oportunidade que me concedida. Me inspiro muito numa frase de Francis Bacon, filósofo, escritor e político francês: "O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las".
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