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Amante de frutas brasileiras, ‘gringo’ vira herói da Seleção de polo aquático

Sérvio naturalizado, Slobodan Soro cai de amores pelas comidas do país e afirma que quer ficar mesmo após os Jogos Olímpicos do Rio. Seleção tenta manter os 100% contra a Grécia

Slobodan Soro em ação na partira entre Brasil e Sérvia
(Foto: Vitor Silva/SSPress)

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A familiaridade com a língua portuguesa aumenta a cada dia. A comida agrada. A esposa planeja a mudança para o Brasil em setembro, com a filha de um ano. E Slobodan Soro, herói da classificação verde e amarela às quartas de final dos Jogos Rio-2016, garante: quer fazer do país sua casa.

Sérvio naturalizado, o goleiro da Seleção de polo aquático é uma das maiores apostas da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e do Comitê Olímpico do Brasil (COB) no Rio. O objetivo, que era conseguir a melhor campanha da história, já foi atingido. Até então, o feito máximo era um sexta posição, na Antuérpia (BEL)-1920.

Após deixar o Maria Lenk na última terça-feira como herói da classificação antecipada do time verde e amarelo, justamente contra seu país de origem, quando brilhou nas defesas, Soro e seus companheiros encaram a Grécia nesta sexta-feira, às 19h30. Com três vitórias em três jogos, o Brasil tem ao menos o quarto lugar garantido até o fim da fase.

– Jogar no Brasil era uma oportunidade de fazer algo bom para o polo aquático mundial. Sou atleta há 26 anos. Tudo o que conquistei na vida foi graças ao esporte. Agora, eu posso fazer algo por ele – afirmou Soro, de 37 anos, ao L!.

Atual campeã mundial e bronze em Londres-2012, a Sérvia é uma das maiores potências da modalidade. Não por acaso, muitos brasileiros buscam defender clubes da Europa, como o hispânico-brasileiro Felipe Perrone, astro da equipe, que atualmente joga no Jug Dubrovnik, da Croácia. Foi o carioca quem deu a dica ao goleiro de vir ajudar a equipe verde e amarela.

Bronze em Londres-2012 e Pequim-2008, Soro aguardou longo processo de liberação da Federação Internacional de Natação (Fina), já que teve de cumprir um período de inatividade para efetivar a naturalização. Na Sérvia, estava encostado. Mas ainda desejava um desafio.

O atleta chegou em 2013, quando Perrone o levou para o Fluminense. No ano passado, veio a troca para o Botafogo, com quem tem contrato até o final do ano. Ele acredita que o vínculo será renovado.

"Gosto de várias comidas daqui, mas não sei o nome de algumas. Adoro manga, mamão e abacaxi. Em janeiro, é a melhor época. Eu nunca provei algo melhor na vida"

– Gosto de várias comidas daqui, mas não sei o nome de algumas. Adoro manga, mamão e abacaxi. Em janeiro, é a melhor época. Eu nunca provei algo melhor na vida.

Soro é apenas um dos cinco atletas naturalizados da equipe brasileira, comandada pelo croata Ratko Rudic, dono de seis medalhas olímpicas.

Os demais são o croata Josip Vrlic, o cubano Yves Gonzáles, o espanhol Adrià Delgado e o italiano Paulo Salemi. O goleiro, último a se integrar ao grupo, recebe cerca de R$ 20 mil por mês de salário da CBDA. 

Confusão com clubes cariocas

Se a nova língua vai bem, afinal uma conversa com Slobodan Soro em português flui sem problemas, a diferenciação dos clubes cariocas ainda não está na ponta da língua do sérvio.

Ao falar ao L! sobre o período no Fluminense, ele sem querer chamou o time de Flamengo. Alertado, corrigiu a gafe.

– Na Sérvia, se você confunde Estrela Vermelha e Partizan, a reação é impressionante (risos). Mas futebol no Brasil é único. É religião – disse Soro.

BATE-BOLA
Slobodan Soro
Goleiro do Brasil, ao LANCE!

‘Sempre que volto ao Brasil, é uma alegria’

Como aprendeu a falar a língua portuguesa? Quem te ajudou?
Aprendi ao treinar com meus amigos da Seleção, ao passar horas por dia ouvindo e falando. Fico mais tempo com eles do que com minha filha e minha esposa, que estão na Sérvia. Eles e eu somos como uma família.

Você só começou a defender o Brasil na Liga Mundial, perto dos Jogos do Rio. Isso te preocupou?
Estou treinando há dois anos com este time, mas fiz em julho minha primeira competição oficial. É diferente de apenas treinar. Na Liga, joguei seis jogos em seis dias. Foi cansativo. Mas descansamos depois.

Quando acabar seu contrato, neste ano, pensa em se mudar?
Se eu tiver chances de ficar no Botafogo, por que não aceitar? Amo o Rio de Janeiro. Amo o Brasil. Cada vez que volto ao país, após uma viagem, é uma enorme alegria. É a cidade mais linda do mundo, com natureza, belas praias e comidas.

Onde mais você já morou?
Fora da Sérvia, morei três anos na Rússia e dois na Espanha. É muito diferente. O Brasil é outro mundo.

QUEM É ELE

Nome
Slobodan Soro

Nascimento
23/12/1978, em Novi Sad (SER)

Posição
Goleiro

Altura e peso
1,96m/100kg

Conquistas
Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e Pequim-2008; campeão mundial em Roma-2009, e vice-campeão mundial em Shanghai-2009, todos com a Sérvia. Pelo Brasil, ficou em sétimo na Liga Mundial de 2016.

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