O Dia olímpico: ‘A hora é das mulheres no judô’
Medalhistas de ouro entre as mulheres não para de conquistar feitos históricos para seus países nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Foram três dias de disputa do judô nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ainda faltam quatro para terminar a modalidade. Mesmo assim, já dá para afirmar: a participação feminina é o que vai marcar o esporte nessa edição da Olimpíada. Afinal, até o momento, não faltaram feitos históricos das judocas.
Logo na abertura, uma argentina brilhou. Paula Pareto, de 30 anos, entrou para a história de seu país. Finalista dos dois últimos mundiais, com o vice-campeonato em 2014 e o título em 2015, ela finalmente alcançou a glória olímpica. Conquistou a primeira medalha de ouro individual feminina da Argentina. Isso na categoria até 48kg, da brasileira Sarah Menezes.
– Isso é realmente incrível para mim. Nunca poderia imaginar. O judô normalmente é uma coisa masculina, então, é importante para uma mulher conquistar uma medalha. O interesse cresceu, isso é importante – disse logo após o título.
O dia seguinte também teve uma mulher brilhando mais do que todo mundo. Até mais do que a medalha de ouro. Afinal, não é sempre que podemos ver um país ganhar uma láurea pela primeira vez em sua história. Imagine, então, se ela for de ouro. E foi isso o que realizou Majlinda Kelmendi, do Kosovo. A emoção após a conquista pode resumir um pouco o feito histórico. Em um país marcado pela guerra e pobreza, a força de uma mulher guerreira surge como alento para as futuras gerações. Misturar isso com o esporte deixa um sabor ainda melhor.
– Essa medalha significa muito. As pessoas, especialmente as crianças, em Kosovo olham para a gente como uma heroína. Acabei de provar para elas que, apesar da guerra, mesmo depois de sobreviverem, se querem mudar alguma coisa, elas podem. Se desejam ser campeões olímpicos, podem. Mesmo se vierem de um pequeno e pobre país – destacou a competidora.
Para terminar, nesta segunda-feira, novamente uma glória feminina. Tão batalhada e merecida como as duas anteriores. Rafaela Silva já tinha deixado para trás as dificuldades da infância pobre. Mas ainda estava entalado em sua garganta o ocorrido em Londres-2012, quando foi desclassificada e ainda sofreu com atitudes racistas nas redes sociais. Não merecia. Ninguém merece.
Com garra e competência deu a resposta no tatame. E com o ouro no peito. As mulheres brilham no judô e na Olimpíada. Com já brilham em muitos outros setores da sociedade.