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O dia olímpico: Nós choramos juntos com você, Diego Hypolito

No primeiro dia da Olimpíada do Rio de Janeiro, uma das cenas mais marcantes é o choro do ginasta brasileiro após completar sua série no solo e garantir uma vaga na decisão

Diego Hypolito
(Foto: Ben STANSALL / AFP)

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Em 2008, na longínqua cidade de Pequim, na China, Diego Hypolito dava seus primeiros passos como um ginasta olímpico. As memórias, porém, não são boas. Favorito ao ouro, o brasileiro sofreu uma queda em seu último exercício no solo, terminando a final na sexta colocação. Quatro anos depois, em Londres (ING), foi ao chão novamente, ficando fora até mesmo da decisão.

Em ambas as oportunidades, Diego chorou. No sábado, também.

Mas, antes de explicar o marcante momento do ginasta na Arena Olímpica do Rio de Janeiro, alguns fatos devem ser lembrados. Após suas quedas olímpicas, Hypolito foi chamado de, entre outras coisas, “amarelão”, marrento, tornou-se reserva na Seleção, entrava nas competições com cada vez menos confiança, passou a ser um figurante, entrou em depressão...

Tendo o cenário acima em mente, imagine o que passava na cabeça do paulista de 30 anos quando ele entrou na área de disputa para buscar a qualificação à final da prova do solo.

Antes de subir ao tablado, Diego olhava para os lados, como quem não quisesse encarar de frente aquele amigo que, na hora de uma Olimpíada, o deixava só. Assim que recebeu o sinal verde para começar sua série, olhou fixamente ao chão, como se pedisse: “Estamos em casa, não me deixe cair novamente”.

E o tablado fez mais que isso. Impulsionou Hypolito à um dos mais altos voos da carreira, à nota 15,500 e uma vaga na final.

Foram 70 segundos, seis saltos e seis profundas respirações que culminaram em uma apoteótica salva de palmas de uma torcida que, desde o primeiro minuto da rotação, gritou seu nome a plenos pulmões. Antes mesmo de deixar o tablado, Diego olhou para o céu e gritou: “Obrigado, meu Deus”. E chorou. Chorou nos braços do treinador Marcos Goto, do amigo Arthur Zanetti, dos companheiros de Seleção, da torcida...

Sim, da torcida. Um público que, apesar de longe, chorou junto a Diego e o abraçou, assim como na China e na Inglaterra.

As lágrimas, antes de tristeza, dessa vez continham uma alegria reprimida há muito tempo e há muitos ciclos.

Diego Hypolito precisou de oito anos para exorcizar um fantasma que o perseguia há duas Olimpíadas. Se em Pequim caiu de costas e em Londres foi ao chão de cara, agora ele caiu em pé. Ou melhor, pousou. Ao melhor estilo de uma fênix, a ave mitológica que retorna das cinzas quando ninguém espera.

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