O dia olímpico: Quando a história, enfim, encontra o seu final feliz
Após duas quedas em Olimpíadas, Diego Hypolito dá a volta por cima, conquista a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e, enfim, garante um final feliz à sua história
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Nas histórias que líamos quando criança, os finais felizes eram comuns. O bem derrotava o mal, o mocinho vencia o vilão, a donzela era sempre salva... Quando crescemos, porém, percebemos que a vida nem sempre nos reserva esses momentos. Talvez o choro de alegria de Diego Hypolito ao receber sua medalha de prata neste domingo prove que, às vezes, o final feliz tarda a chegar, mas ele aparece.
Nas últimas duas Olimpíadas, o ginasta brasileiro, favorito, não cumpriu seu objetivo. Em uma, caiu sentado. Na outra, de cara. Nos Jogos do Rio de Janeiro, a pressão sobre suas costas era algo que, muito provavelmente, ninguém seria capaz de definir.
O próprio Diego afirmou que sua principal dificuldade não era brigar por uma final, um pódio, ou cravar a sua série. Seu maior desafio era ter tido a coragem para chegar no Rio.
Bom, ele chegou. E caiu de novo, mas, dessa vez, de pé.
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Diego Hypolito foi o segundo ginasta a apresentar sua série na decisão do solo, no domingo, na Arena Olímpica do Rio de Janeiro. Foi muito aplaudido e incentivado pela torcida, mas não esboçou nem um mero sorriso. Estava concentrado, focado em não errar.
A cada salto cravado do brasileiro, todos os presentes no local vibravam, gritavam seu nome, torciam. Diego permanecia impávido. Ciente de que o final ainda não havia chegado. Ainda.
Ao fim de sua apresentação, realizada sem erros, sem quedas, sem sobressaltos ou qualquer tipo de problema, o rosto de Diego mudou. A expressão séria foi substituída por uma que era clara até ao menos empático ser humano: era de alívio.
Oito anos após a primeira queda, quatro depois da segunda, e um minuto e dez segundos após concluir o maior desafio de sua carreira, o ginasta desabou nos braços de seu treinador.
Mas, a batalha ainda não havia chegado ao fim. Ainda.
Outros seis ginastas se apresentaram após o brasileiro. Um superou sua nota, levando-o à segunda colocação. Os outros cinco, porém, não conseguiram o mesmo feito. Assim que o último atleta recebeu sua nota, Diego, que já chorava na lateral do tablado, enrolou-se em uma bandeira do Brasil, a ergueu o mais alto que pôde e mostrou ao mundo: “Estou aqui. Eu voltei”.
A medalha de prata significou muito mais a Diego Hypolito do que qualquer pessoa possa tentar resumir. Um dos maiores ginastas da história do país alcançou ontem aquilo que mais aguardava em toda a sua vida: conquistou o seu final feliz.
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