Juliana Veloso cogita mudança para o tiro esportivo e detona CBDA
Saltadora ainda não sabe até quando ficará nos saltos ornamentais, mas tem visão pessimista com o futuro da modalidade
Juliana Veloso encerrou nesta sexta-feira sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio. Com a 27ª posição na semifinal do trampolim de três metros (eram 29 participantes), a brasileira não conseguiu vaga na grande final. Com isso, a atuação no Parque Maria Lenk pode significar também o fim do ciclo da saltadora na modalidade.
Questionada sobre o futuro na zona mista, Juliana, que completa 36 anos no fim do ano e participou de quatro edições dos Jogos, não garantiu que irá competir em Tóquio-2020 nos saltos ornamentais. No entanto, a brasileira já cogita, inclusive, uma mudança de modalidade no futuro:
- Sinceramente ainda não parei para pensar. Acredito que não chego em 2020, mas ainda quero competir no saltos nos Jogos Militares. A questão é que a edição mundial é em 2019. Então se eu chegar até lá, vai até 2020 (risos). Mas estive refletindo e gosto muito de tiro. Na Marinha (ela é terceiro sargento) a gente pratica. Tive conversando com a equipe de tiro. É um esporte que vai longe na questão da idade e está dentro da minha realidade (financeira). Mas no momento eu penso mais em tirar férias - afirmou Juliana, que revelou estar finalizando o curso de jornalismo.
Sobre a questão da cor da água, que forçou o cancelamento de treinos no Maria Lenk nesta sexta-feira, Juliana disse que não é uma novidade para ela aqui no Brasil. Mas que deixou os gringos surpresos.
- Olha já competi e treinei com a água desta cor. Não me atrapalhou em nada, a pele não está coçando, nem o olho ardendo. Mas foi uma surpresa para os estrangeiros. Os amigos brincaram que estava nadando na piscina do Shrek, que tinha jacaré lá dentro, Pantanal. Treino aqui há algum tempo e foi a primeira vez que isso aconteceu - revelou.
Sobre o futuro da modalidade, Juliana foi sincera e ao mesmo tempo bastante descrente sobre êxitos. Na avaliação dela, falta a atual geração paixão verdadeira pela modalidade, além de criticar a gestão da CBDA.
- Eu tenho pena da nova geração, porque essa organização é horrível. A confederação é medíocre. Além disso, eles estão mais preocupador em popularidade, seguidores em redes sociais. Poucos tem paixão pelo esporte como a minha geração teve. E agora eles tem muita coisa de mão beijada, onde tive muito que batalhar - finalizou.
Além da prova no trampolim de três metros, Juliana competiu no salto sincronizado na mesma plataforma. Em dupla com Tammy Galera, ela ficou em último lugar na competição.