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De olho em 2020, COI projeta “rejuvenescimento” olímpico

Comitê Olímpico indica que  serão inseridas novas modalidades nos Jogos de 2020. Surfe, Skate e Escalada, são três das atividades em discussão. Professor explica impactos

Presidente do COI, Thomas Bach, desembarca no Rio de Janeiro para os Jogos
Presidente do COI, Thomas Bach, desembarca no Rio para os Jogos Olímpicos (Foto: AFP)

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O Comitê Olímpico Internacional anunciou, dias antes da abertura oficial dos Jogos do Rio 2016, a decisão de trazer mudanças aos eventos posteriores. Segundo o órgão, serão inseridas novas modalidades em 2020, como Surfe, Skate e Escalada, três das principais atividades em discussão.

Motivação por trás desse planejamento, a tentativa de renovar a atmosfera olímpica ganha destaque. Tudo começa por uma grande discussão acerca do modelo de megaeventos esportivos – que têm nos Jogos Olímpicos seus principais produtos e referência. O modelo e suas falhas, segundo especialistas, revela-se com mais clareza na edição do Rio 2016. 

De acordo com Anderson Gurgel, professor de Marketing Esportivo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o problema do modelo passa por uma crise de sustentabilidade e por aspectos econômicos. O pensamento em longo prazo, exigido por um bom planejamento de eventos desse porte, é inexistente.

- O Brasil que ganhou o direito a sediar os Jogos é completamente diferente do país que entrega a Olimpíada ao mundo - comentou o professor, complementando:

- Há uma questão imprevisível no campo político e econômico. Os eventos são cada vez maiores e a inclusão de novos esportes também passa por um número maior de atletas e isso, mesmo compondo a motivação primordial do Comitê, contribui para um modelo já em crise - disse. 

Ainda, o professor explica:

- O estudo de público, que motivou a inserção de novas modalidades, constatou, por sua vez, quem são os admiradores dos Jogos Olímpicos. Diferentemente da Copa do Mundo, em que se destacam jovens de 20 a 35 anos, o alvo das Olímpiadas é de pessoas mais velhas e com pouco potencial de consumo. Por consequência, a falta de um público jovem desagrada o mercado e as grandes marcas, gerando uma falta de conexão entre esses espectadores “envelhecidos” e a sociedade de consumo atual. A pressão em cima, principalmente, do modelo de negócio - encerrou Gurgel.

Nesse aspecto, entra o dito rejuvenescimento dos jogos. Com esportes mais “do momento”,  que contam com maior participação de jovens, a expectativa é de que, até 2020, um novo público seja atraído às arenas e, consequentemente, ao mercado que gira em torno do evento.

Anderson Gurgel,  ainda sobre a crise:
Passando por problemas políticos e econômicos – e por um modelo que não se sustenta – a maior discordância passa por patrocinadores e emissoras de TV, responsáveis por 70% da “conta”, por meio de direitos de transmissão.

Outras mudanças:
Há certa pressão, também, por uma modernização dos esportes. O boxe, por exemplo, já usa efeitos de luz e entradas mais triunfais para tentar competir com o UFC, em alta no momento. O pentatlo é igualmente questionado; tem pouco apelo de mídia, e é mais um quesito que busca se tornar midiaticamente mais agradável.

O exemplo de sucesso vem do Vôlei de praia. Enquanto atração, a modalidade conecta praias, lugares bonitos, regiões históricas com DJs, clima descontraído, música e festa. O futuro dos megaeventos esportivos passa por resolver essa questão, mas também formar uma nova geração.

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