Análise: Santos pode sofrer menos e tem como melhorar na Libertadores
Meio-campo ainda é o setor de desiquilíbrio do Peixe e sinaliza alerta para o mata-mata da competição continental
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Não se vence Libertadores sem sofrer, e Cuca sabe disso. Quando a conquistou, em 2013, pelo Atlético-MG, o que mais teve foi sofrimento: com pênalti defendido por Victor no último lance nas quartas de final, resultados revertidos nos minutos finais na semifinal e decisão, disputa por pênaltis etc. No entanto, a torcida do Santos agradece se ele puder evitar esse ano, pelo Peixe. E ele pode.
Na vitória por 3 a 2 contra o Olimpia (PAR), nesta quinta-feira (01), pela quinta rodada do grupo G da competição continental, no estádio Manuel Ferreira, em Assunção, o Peixe voltou a apresentar alguns defeitos recorrentes, que já passaram da hora de serem corrigidos. O que não anula o ótimo trabalho que tem sido feito, dentro e fora das quatro linhas.
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Cuca é inquieto, mexe taticamente no time o tempo todo, encontra alternativas impensáveis, mas tem insistido em alternativas que não rendem em campo.
Mais uma vez Jobson não fez um bom jogo. Depois de três boas partidas de Pituca como primeiro homem do meio-campo, talvez a manutenção do jogador pelo setor fosse uma melhor opção, mesmo com ausência da dupla de zaga titular, tendo que improvisar Madson e Pará alternando pelo lado direito da zaga. Jobson foio tripé da zaga, com os dois zagueiros abertos, segurando os lados defensivamente e liberando os laterais para jogar. Já o volante fechou entre os dois para segurar pelo meio. E Pitca poderia fazer isso. Já tinha feito no empate em 1 a 1 contra o Fortaleza, no último domingo (27), pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, na Vila Belmiro.
Diego Pituca não marca tão bem quanto Alison, que ficou no banco nesta partida e entrou no segundo tempo. O camisa 21 também não tem o passe tão refinado quanto Jobson. Mas é qualificado em ambos os quesitos, diferentemente dos seus companheiros que se destacam em um e destoam em outro.
AJUSTES NO MEIO-CAMPO
Carlos Sánchez voltou a marcar, fez boa partida, foi eleito o melhor jogador em campo, embora haja controvérsias, em meio aos milagres do goleiro do João Paulo, principalmente no fim do jogo, garantido o resultado, mas muitas vezes era visível o buraco no meio-campo. E nem era “culpa” do uruguaio, já que partes do confronto foi um ataque contra defesa, e ali, quando as linhas do Santos abaixaram, Sánchez se posicionou como segundo homem do meio campo, centralizado, para fazer o elo entre as linhas defensivas e ofensivas.
Organizando o meio-campo, o Peixe sofrerá bem menos, porque tem um ataque com dois pontas de transição rápida e de repertório, Marinho e Soteldo, Kaio Jorge, que fez mais uma partida taticamente impecável, buscando jogo e participando muito mais do que o gol marcado diz, e um goleiro abençoado como João Paulo – além de uma dupla de zaga titular consistente, embora não tenham atuado contra o Olimpia.
Classificado às oitavas de final da competição sul-americana com uma rodada de antecedência, o Peixe precisa entender que tem sofrido em alguns momentos dos jogos, como já havia sido na última quinta-feira (24), contra o Delfin (EQU), pela quarta rodada da sua chave, em Manta, quando complicou um resultado na mão e precisou buscá-lo nos minutos finais. No entanto, ajustar os problemas que o faz sofrer não significa que eles desaparecerão, mas que as coisas podem ficar mais controladas, pois a partir de agora qualquer erro pode ser fatal, afinal, o Peixe está classificado para o mata-mata.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini
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