Entre antigos vícios e virtudes, São Paulo tem 30 minutos de boas impressões
Tricolor jogou em alto nível na primeira meia hora contra o Fortaleza. Após empate, teve dificuldades que já eram vistas com Cuca, mas contou com Igor Gomes para vencer<br>
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Em qualquer circunstância, seria um absurdo muito grande dizer que Fernando Diniz já deu uma nova cara ao São Paulo. O substituto de Cuca não tem nem duas semanas completas de trabalho e, como não poderia deixar de ser, a equipe ainda carrega antigos vícios (e virtudes também). Mas a vitória por 2 a 1 sobre o Fortaleza deixou algumas impressões positivas, e a boa notícia é que esse resultado, somado ao empate contra o líder Flamengo no Maracanã lotado, começa a devolver aos jogadores a confiança necessária para que boas novidades possam aparecer e ficar.
O São Paulo jogou futebol de alto nível na primeira meia hora da etapa inicial. E fazendo "uma porrada de coisas simples", como Diniz gosta de classificar os pedidos que faz aos jogadores. A saída de bola fluía - sem nenhum momento "suicida", como já se viu em times dirigidos por ele -, os jogadores se mexiam e trocavam passes com velocidade, as jogadas pelas laterais encaixavam...
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O gol de Pablo saiu em um cabeceio após ótima cobrança de falta de Daniel Alves, mas poderia perfeitamente ter saído de uma jogada trabalhada. O São Paulo jogava o suficiente para isso. O próprio centroavante, que tantas vezes sofre com a falta de apoio em meio aos zagueiros, era beneficiado pela intensidade da equipe e participava bastante do jogo.
O problema é que esse ritmo não durou nem 45 minutos. Quando Wellington Paulista empatou o jogo cobrando um pênalti tolo cometido por Reinaldo, o Tricolor Paulista já rendia muito menos, apesar de ser pouco ameaçado - a solidez defensiva, aliás, é uma das coisas vistas já com a comissão técnica anterior. Foi exatamente essa a análise de Diniz em sua coletiva:
- Eu acho que a leitura do jogo de hoje não é muito difícil de ser feita. Nos 30 primeiros minutos, o time foi quase impecável, o Fortaleza não conseguiu fazer nada e a gente teve um volume muito grande, com passes agressivos, muitas entradas de um lado e de outro. O momento negativo do jogo foi quando a gente fez o gol e, por algum motivo, ficamos vacilando. O Fortaleza conseguiu jogar entre as nossas linhas e começou a assustar até fazer o gol de pênalti.
Outra coisa que o são-paulino já via no time de Cuca, essa mais desagradável, é a dificuldade diante de um adversário bem fechado. Exceto pelas duas boas chances que Antony perdeu, uma no lance final do primeiro tempo e outra no início do segundo, o Tricolor criou pouco ou nada. O vício de afunilar as jogadas pelo meio, mesmo com jogadores capazes de desequilibrar as partidas pelos lados, é um dos defeitos a serem corrigidos.
Em determinado momento do segundo tempo, o jogo ficou parecido com o empate com o CSA e a derrota para o Goiás, os compromissos mais recentes do São Paulo como mandante. O time ficava com a bola, mas pouco se aproximava de Marcelo Boeck. Só que dessa vez a bola entrou. O problema foi resolvido em um lance de coragem de Igor Gomes, que iniciou a jogada e foi para a área aproveitar a assistência de Antony pela direita. Igor, aliás, precisa ter mais chances.
Àquela altura, Daniel Alves já havia sido deslocado para a lateral direita (Igor Gomes substituiu Juanfran) e Vitor Bueno (que perdeu uma chance incrível de fazer o terceiro) era quem caía pela esquerda após entrar no lugar de um apático Hernanes. Tchê Tchê, que jogou mais pelo lado no primeiro tempo, passou a atuar por dentro e também participou do lance do gol.
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