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‘Vão ter que me engolir’! Há 20 anos, palco de duelo de Brasil e Bolívia viu momento histórico canarinho

Em 1997, Seleção Brasileira conseguiu pela primeira vez conquistar uma Copa América longe de território nacional, após final com direito a reviravoltas e desabafo 

Em 1997, a Seleção Brasileira desbravou a altitude e ganhou pela primeira vez a Copa América fora de seus domínios
(Foto: ANTONIO SCORZA / AFP)

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O local do encontro entre Brasil e Bolívia nesta quinta-feira, às 17h (de Brasília), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, reservará um sabor de nostalgia para os torcedores canarinhos. Há exatos 20 anos, o Estádio Hernando Silles era cenário da conquista da Copa América de 1997, em um momento emocionante no qual a equipe desbravou fronteiras.

Sob o comando de Zagallo, a Seleção Brasileira contava com nomes como Ronaldo, Romário, Djalminha, Cafu, Roberto Carlos, Dunga, Leonardo, Edmundo e Taffarel para tentar ser a primeira a vencer o torneio fora do país. Após vencer todas as adversários (e se credenciar à final com uma goleada por 7 a 0 sobre o Peru nas semifinais), o obstáculo era a anfitriã Bolívia, que tinha nomes como Baldivieso e Etcheverrey, além da altitude como "trunfo".

Mesmo sem Romário (que se lesionou), a Seleção Brasileira lutou, até abrir o placar aos 40. Roberto Carlos cobrou falta e, após rebote de Trucco, Denílson bateu rasteiro. Edmundo desviou e a bola parou na rede.

No entanto, seis minutos depois, a altitude aprontou das suas. Erwin Sánchez arriscou da intermediária, e a bola por baixo de Taffarel.

Na volta do intervalo, os anfitriões partiram para cima, e carimbaram a trave de Taffarel em três oportunidades. O camisa 1 ainda fez defesas providenciais.

E, por um triz, a Seleção não ficou com um a menos. Edmundo deu um soco no rosto de Cristaldo, que desabou no meio de campo. Antes que a arbitragem percebesse, Zagallo mandou Paulo Nunes substitui-lo.

Aos poucos, o Brasil ganhou fôlego para ganhar. Aos 33, Denílson lançou Ronaldo, que finalizou para o gol. Na reta final, novamente em uma jogada de velocidade, Zé Roberto decretou a vitória por 3 a 1.

Sob a euforia do título, Zagallo não teve papas na língua para desabafar contra as críticas que sofreu nos anos anteriores. Visivelmente emocionado, o "Velho Lobo" soltou o verbo:

- Foi sensacional. Uma vitória lutada, uma vitória no sangue, na raça, na vontade, daquele que ama o Brasil, não daqueles que repudiam. Vocês sabem quem são. Não preciso dizer mais nada, vocês vão ter que me engolir!

A Copa América saboreava mais um momento antológico do futebol.

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