Do passaporte roubado até a conquista do Circuito Mundial de surfe: a temporada de Ítalo Ferreira
Potiguar passa por dificuldades nos EUA antes de competir a ISA Games no Japão, mas leva troféu. E até faturar o título em Pipeline, ele enfrentou altos e baixos na competição
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A temporada foi bastante agitada para Ítalo Ferreira, contudo, ao fim pôde comemorar da melhor forma. O potiguar começou os desafios com o passaporte roubado nos Estados Unidos, quando que ele estava indo para o ISA Games, no Japão, onde faturou o título da competição. Em seguida, concentrou-se suas forças para o Circuito Mundial de surfe, que teve um desfecho melhor impossível, na última quinta-feira, ao vencer o compatriota Gabriel Medina por 15,56 a 12,94 e comemorar pela primeira vez a disputa na carreira. O LANCE! relembra os momentos da temporada do atleta.
– Eu não acredito. Era o meu sonho, lutei minha vida toda por isso. Dedico para minha avó e meu tio que morreram faz pouco tempo. Gabriel Medina é um grande competidor, parabéns para ele que brigou até o fim. É incrível isso estar acontecendo – afirmou.
O título coroa uma ótima temporada de Ítalo, que também colocou em sua galeria de conquistas um outro importante troféu em 2019: o do ISA Games, em Miyazaki, no Japão, onde superou surfistas do mundo inteiro para ficar com a medalha de ouro no evento que serviu para sentir as ondas do país que receberá os Jogos Olímpicos de Tóquio - 2020.
Antes de conquistar a medalha, ele teve o passaporte furtado nos EUA, precisou correr contra o tempo para tirar nova documentação, ter o visto japonês e chegar ao local de competição. Quando desembarcou no aeroporto de Miyazaki, sua bateria estava na água. Deixou suas malas para trás, pegou carona, chegou à praia sem equipamento, pegou uma prancha emprestada com Filipe Toledo e se classificou. Depois disso, deu um show nas fases seguintes e foi campeão.
A SAGA DO TÍTULO MUNDIAL
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Já na primeira etapa do ano do Circuito Mundial de Surfe, em Gold Coast, ele foi campeão e começou com o pé direito. No evento seguinte, em Bells Beach, também na Austrália, acabou caindo nas quartas de final. Já a terceira parada foi em Bali, mas ele não teve um bom resultado, em Keramas.
Com um desempenho um pouco irregular, Ítalo acabou sendo eliminado para o havaiano John John Florence em Margaret River nas quartas de final. A ducha de água fria veio em casa, na etapa de Saquarema, no Brasil, quando ele deu adeus cedo à disputa ficando apenas na 17ª posição da etapa brasileira.
Com os resultados nada agradáveis , ele sabia que precisava reagir no Circuito Mundial. E foi isso que fez na África do Sul, ao chegar à final e perder apenas para Gabriel Medina. Na sequência, no Taiti, obteve um 17º lugar e no evento seguinte, na piscina de ondas de Kelly Slater, na Califórnia, ficou na nona posição.
Após esses resultados não tão empolgantes, Ítalo quase jogou a toalha, mas reuniu forças e partiu cedo para a Europa, a fim de reagir na temporada. Na disputa em Hossegor, na França, foi vice-campeão, ao perder a decisão para Jeremy Flores. Depois, em Peniche, ganhou o evento português e chegou ao Havaí como líder do ranking mundial.
Chegando na última etapa da competição, em Pipeline, ele teve o experiente Shane Dorian como conselheiro. Aproveitando as dicas do surfista local, Ítalo conquistou seu primeiro troféu de campeão mundial. Agora, ele se junta ao próprio Gabriel Medina, que detém dois títulos (2014 e 2018) e Adriano de Soza, o Mineirinho, que levantou o troféu, em 2015.
Agora, a WSL, que organiza uma recepção ao atleta. Ele vai desembarcar no Aeroporto de Cumbica, neste domingo, e uma entrevista coletiva com Ítalo Ferreira está prevista para acontecer no mesmo dia, em espaço da Japan House, na Avenida Paulista, na capital paulista.
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