Médicos afirmam que cirurgia encerraria carreira de Rafael Nadal
Lesão do tenista espanhol é rara em atletas profissionais
O jornal espanhol AS conversou com três médicos do país, sendo dois traumatologistas e um especialista em dor, para opinarem a respeito do tratamento escolhido pela equipe de Rafael Nadal para tratar a Síndrome de Müller-Weiss, em seu pé esquerdo.
Nadal e seu médico, o ortopedista catalão Miguel Ángel Cotorro, optaram por um tratamento com infiltrações anestésicas antes de suas partidas em Roland Garros. Na sequência do tratamento, o espanhol será submetido a injeções com impulso retrátil.
Esta segunda técnica não é uma inovação, afirmou o especialista em dor de uma das maiores clínicas médicas do país, CEMTRO, o Dr. Ian MacVeigh: "A técnica não é nova, o que é inovador é usá-la para isso. É feita com uma agulha que tem ponta ativa com um eletrodo que é inserido na área danificada e emite ondas de rádio, pulsos de 20 milésimo de segundos com pausas de outros 480. Não destrói tecidos, mas produz neuromodulação no nervo. Com o campo elétrico e magnético, as fibras da dor são alterada e com ela sua transmissão", explicou.
Dr. MacVeigh ainda pontuou que acha que a data de início de Wimbledon está muito próxima para que este novo tratamento tenha efeito e explicou que o pé do espanhol não será alterado: "A radiofrequência pulsada não remove a sensibilidade da articulação porque não destrói as fibras nervosas. Em princípio, a mobilidade não seria afetada", garantiu.
Em caso dos dois tratamentos já tentado não surtam efeito, o traumatologista especializado em pés, Joaquín Óscar Izquierdo, de uma clínica em Madri, diz que a solução é uma intervenção cirúrgica - que possui duas opções de realização. Entretanto, os médicos ouvidos pelo jornal explicam que apesar de uma opção, uma cirurgia é normalmente evitada sempre que possível e que no caso de Nadal poderia acelerar sua aposentadoria.
"As duas intervenções, no caso de um atleta de elite, podem significar o fim de sua carreira; seria uma solução para levar uma vida normal", afirma Dr. Ramón Navarro, chefe da unidade de tornozelos e pés da CEMTRO. Embora o caso de Nadal seja imprevisível... Foi um milagre que ele tenha chegado em boas condições físicas se infiltrando apenas para competir. E que ele disse que estava trocando o título em Paris por um novo pé, indica a dor que está passando", completou ele que já tratou atletas profissionais, mas nunca um caso de Müller-Weiss.