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Campello se pronuncia sobre queda do Vasco, critica fala de Osório e possível abertura de inquérito

Ex-mandatário se manifestou após o quarto rebaixamento do Cruz-Maltino, se mostrou indignado com as falas de Osório e explicou o caso em que acusado sobre a última eleição

Alexandre Campello
imagem cameraAlexandre Campello se pronunciou através de nota oficial após queda do Vasco (Paulo Fernandes/Vasco.com.br)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 27/02/2021
16:05
Atualizado em 27/02/2021
17:41

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O ex-presidente do Vasco, Alexandre Campello, se pronunciou pela primeira vez após o quarto rebaixamento da história do clube através de uma nota oficial. O médico ortopedista pediu desculpas à torcida vascaína, rebateu as palavras do atual ex-presidente Carlos Roberto Osório, e fez duras críticas à convocação de um possível inquérito no Conselho Deliberativo contra ele e mais três ex-presidentes de poderes do clube. 

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- O rebaixamento ao segundo escalão do futebol brasileiro vem de muitos anos. Não me eximo da responsabilidade que cabe a mim e a nossa gestão pela queda à Série B. Mas sabemos bem que o quarto descenso nas últimas dez participações do Vasco na primeira divisão do Campeonato Brasileiro é resultado de um processo antigo de deterioração administrativa e financeira do Clube, que ainda exigirá muito tempo para ser contornado - disse Campello


Durante a coletiva da última sexta, Osório afirmou que o Vasco foi saqueado por anos, porém não citou nomes ou gestões anteriores para exemplificar. Com isso, Campello reagiu e disse que a nova diretoria do presidente Jorge Salgado esteve ao seu lado no último triênio. Adriano Mendes, que  participou da coletiva, foi vice na última gestão e assumiu como vice de finanças para os próximos três anos.

- O Sr. Osório deveria ser mais específico. Quais dos últimos anos? Saqueado por quem? Se ele tem informações a respeito, deveria abri-las a todos os vascaínos. Ao fazer uma afirmação desta gravidade e de forma vaga, como o fez, o Sr. Osório adota uma postura leviana e irresponsável, que em nada se coaduna com o cargo que ocupa.- rebateu Campello.

Em relação à possível abertura de inquérito para analisar as ações de Campello e outros três ex-presidentes de poderes do Vasco, o ex-mandatário se mostrou indignado e explicou o que aconteceu na última eleição do Cruz-Maltino. Ele é acusado de não permitir que os sócios anistiados entrassem na lista de votantes.

Confira a íntegra da nota abaixo

"Vascaíno

É notório que o Club de Regatas Vasco da Gama atravessa, há décadas, um momento extremamente delicado do ponto de vista financeiro, esportivo e político. O rebaixamento ao segundo escalão do futebol brasileiro vem de muitos anos. Não me eximo da responsabilidade que cabe a mim e a nossa gestão pela queda à Série B. Mas sabemos bem que o quarto descenso nas últimas dez participações do Vasco na primeira divisão do Campeonato Brasileiro é resultado de um processo antigo de deterioração administrativa e financeira do Clube, que ainda exigirá muito tempo para ser contornado.

Recolocar o Vasco da Gama à altura de seu real tamanho requer trabalho árduo, muitas vezes silencioso. À atual gestão, que recebeu de nós TODAS as informações para dar início ao seu mandato da maneira mais tranquila possível, em um processo de transição elogiado publicamente por seus integrantes, urge virar a chave do discurso raso, nitidamente de campanha, parecendo ter o intuito de ganhar tempo e afagos enquanto não consegue entregar resultados concretos.

Por esta razão, não posso deixar de expressar minha perplexidade e indignação com a declaração proferida, ontem (26/2), pelo primeiro vice-presidente geral, Sr. Carlos Roberto Osório, ao dizer que “o Clube foi saqueado nos últimos anos”. O Sr. Osório deveria ser mais específico. Quais dos últimos anos? Saqueado por quem? Se ele tem informações a respeito, deveria abri-las a todos os vascaínos. Ao fazer uma afirmação desta gravidade e de forma vaga, como o fez, o Sr. Osório adota uma postura leviana e irresponsável, que em nada se coaduna com o cargo que ocupa. Primeiro por jogar para terceiros a missão de decifrar o que e sobre quem ele está falando; segundo, como consequência da primeira, por incentivar a quem ouve a imaginar de que todos aqueles que passaram pela gestão “nos últimos anos” “saquearam” o Clube.

O mais curioso é que, ao estimular esta interpretação, o Sr. Osório lança suspeições a esmo sobre integrantes da atual Diretoria Administrativa que participaram de gestões pretéritas do Clube, a começar pelo núcleo do Departamento Financeiro.

Eu tenho plena convicção de que não participei de qualquer saque. O mesmo se estende aos componentes da Diretoria Administrativa no triênio 2018-2020.

Em respeito não apenas a mim, mas a todos que passaram pela gestão do Clube “nos últimos anos”, urge que o Sr. Osório se retrate e, ao mesmo tempo, seja mais específico em suas declarações. Até em benefício próprio, para que não alimente a leitura de que, na falta de algo concreto a anunciar aos vascaínos, o primeiro vice-presidente geral do Clube, com a capacidade retórica que lhe é peculiar, lança ao vento divagações ocas.

Não bastasse isso, também no dia de ontem, tomei conhecimento de que fui citado como alguém a ser "investigado" por atos administrativos supostamente cometidos durante o processo eleitoral. Essa “investigação” estaria vinculada à composição da lista de sócios aptos a votar ou serem votados no pleito de 2020, mais precisamente à inclusão ou não de anistiados.

Pois bem, em nome da verdade dos fatos, não tenho o menor problema em explicar novamente o que já disse reiteradas vezes. Por ocasião da Assembleia Geral Extraordinária referente à apreciação da proposta de eleições diretas, votei, no âmbito da Junta Eleitoral, pela inclusão dos anistiados. Fui voto vencido.

Posteriormente, quando a Junta Eleitoral voltou a se reunir por ocasião da Assembleia Geral Ordinária, não me posicionei sobre o tema por saber que, mais uma vez, seria voto vencido. Como disse publicamente à época, estava claro e flagrante, que os então presidentes do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, do Conselho de Beneméritos, Silvio Godoi, e do Conselho Fiscal, Edmilson Valentim, estavam decididos a alijar os referidos associados da lista eleitoral.

Pergunto; como eu poderia ser contra a inclusão dos anistiados na lista eleitoral se foi a nossa gestão que, logo em seus primeiros meses, liderou um processo de recadastramento e anistia com objetivo de ampliar a participação dos sócios e propiciar um processo decisório mais democrático?

Destaco ainda que as eleições foram conduzidas pela nossa gestão de forma transparente e honesta, e que eu, tal como apontou um dos candidatos, não fiz uso da "máquina política" em benefício próprio.

Diante destes fatos, causa-me surpresa não apenas que seis conselheiros, sabe-se lá com que motivações, tenham incluído meu nome em uma requisição para a abertura de inquérito, mas, sobretudo, que o atual Conselho Deliberativo concorde em discutir esse pedido.

A impressão que se tem é de que falta coragem ao Conselho Deliberativo para punir os verdadeiros agentes políticos que, ao longo de três anos, por puro revanchismo, prejudicaram veementemente o Clube sob a necessidade única de causar desconfortos políticos, esportivos e financeiros à gestão anterior. Espero que eles tenham, de fato, o destemor tantas vezes alardeado durante a campanha eleitoral de marchar rumo aos reais adversários do Vasco.

Durante três anos, mesmo diante de tantas dificuldades, tornamos o Vasco da Gama um Clube muito melhor do que encontramos. Os resultados esportivos, infelizmente, não acompanharam outras mudanças significativas realizadas durante a nossa gestão e que serão sentidas já pela atual Diretoria Administrativa e pelas próximas que virão. Pedimos sinceras desculpas pelo rebaixamento no campo. Torcemos pelo presidente Jorge Salgado e seus pares. Todos nós, vascaínos, confiamos a eles a missão de seguir nesse caminho de reconstrução do Clube. O momento é delicado, mas pede serenidade. Generalizações devem ser evitadas sob pena de se cometerem injustiças e atuar exatamente como os que querem banir.

Muitos vascaínos se dedicaram ao longo dos últimos três anos para oferecer o seu melhor ao Clube. Generalizar é desrespeitoso e tira a própria credibilidade de quem está no controle momentâneo da narrativa.

Esperamos que a atual gestão não use de gestos irresponsáveis e acusações sem fundamento como cortina de fumaça para encobrir o impacto do rebaixamento, que dói em todos nós, e a ausência, até o momento, de medidas, sobretudo, financeiras prometidas ao longo da campanha eleitoral.

O Vasco precisa de ação e trabalho, não de parolagem irresponsável.

Alexandre Campello da Silveira"

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